“Criminosos”, afirma secretário de Mobilidade Urbana de Santa Maria sobre 'carros revoadas'

Após o desacato a servidores da Coordenadoria de Trânsito e Mobilidade Urbana (CTMU), em que um veículo conhecido como “revoada 3” foi incendiado, órgãos de segurança pública de Santa Maria estão investigando o caso para que os envolvidos sejam responsabilizados.

Orion Ponsi, secretário de Mobilidade Urbana, afirmou que os atos irresponsáveis das práticas registradas no domingo já estão sendo analisados pela Polícia Civil. Ele afirma que a secretaria já vinha monitorando o grupo pelas redes sociais e os materiais coletados foram entregues aos órgãos de segurança pública para que as providências legais sejam tomadas. 

​+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp

Ele destaca a gravidade dos fatos deste domingo onde, além do enfrentamento aos agentes públicos, o fato de atear fogo ao veículo colocou outras pessoas em situação de risco. Para ele, a intenção do grupo tem sido colocar vidas em perigo:

— Nós nos esforçamos muito para garantir a segurança e garantir a vida das pessoas no trânsito. Nós não vamos aceitar, de forma alguma, que pessoas irresponsáveis e criminosas como essas, além de cometerem esse tipo de infração, que gera risco não só a eles, mas a terceiros, e vai lá incendiar um veículo em frente a um prédio residencial causando um risco de explosão. Isso não vai acontecer — enfatiza o secretário.

• VÍDEO: uma semana após "Chevette do Agito", "Revoada 02" é apreendido pela polícia em avenida de Santa Maria
• "Chevette do Agito" é apreendido na Operação Balada Segura
  
  

O secretário esclarece que as alterações de características de veículos, feitas de formas legais, não oferecem risco para pedestres e condutores, exceto se a condução do veículo estiver sendo feita de forma imprudente.

— As alterações em veículos são possíveis. Eu conheço várias pessoas que acham bonito e rebaixam o veículo, e andam tranquilamente, de forma respeitosa e ordeira. A alteração de características não é um problema, até porque existe a forma legal dela ser feita. O problema é a forma como se conduz o carro e para que ele está sendo utilizado. Nesse caso, especificamente, está sendo utilizado como uma arma, contra as pessoas que estão conduzindo, contra os passageiros, contra pedestres e contra outros condutores que não tem nada a ver com aquele evento — explica.

Quanto a recorrência de infrações de trânsito na Avenida Hélvio Basso, o secretário afirmou que as fiscalizações no local são constantes:

— Aquele que comete crime, ele fica monitorando a ação dos agentes de fiscalização, quer seja do município, da Brigada ou das polícias rodoviárias. Com a nossa atividade preventiva, que fazemos ordinariamente em toda a cidade, a  gente não pode ficar ali fixo em um ponto, temos outras atividades para fazer. Então nesses intervalos que eles aproveitam e vão para ali, mas a gente tem mantido aquela região de certa forma  monitorada, nós temos várias operações acontecendo ali e já removemos muitos veículos como este naquela região — acrescenta.

Relembre os casos

No último domingo (23), um veículo Chevette, com placas de Restinga Sêca, conhecido como “Revoada 03”, foi incendiado por volta das 23h na Rua da Bruna, no Bairro Duque de Caxias, em Santa Maria. Agentes da Coordenadoria de Trânsito e Mobilidade Urbana (CTMU), receberam denúncia de que o automóvel com as características alteradas, estaria causando perturbação ao sossego alheio.

No momento em que os servidores municipais realizavam contato com uma testemunha, um grupo de aproximadamente 20 pessoas chegaram gritando, desacatando com ofensas e atirando pedras nos agentes e na viatura da fiscalização. Um jovem que estava no local, aproveitou o momento de confusão e foi até o veículo Chevette e ateou fogo.

Essa foi a terceira apreensão dos carros conhecidos por suas alterações e por infringirem a legislação de trânsito. O grupo já havia viralizado nas redes sociais andando com um Chevette "conversível" com o teto cortado, o capô e as portas pichadas. O veículo foi apelidado de "Revoada 01" e foi apreendido no dia 4 de junho. 

No dia 9 de junho, eles voltaram às ruas, agora com o "Revoada 02", um Voyage também com o teto cortado. Entre uma passada e outra de carro pela Avenida Hélvio Basso, o motorista teria fugido de uma abordagem de agentes da Coordenadoria de Trânsito e Mobilidade Urbana (CTMU). Pelo rádio, viaturas do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) ouviram sobre a tentativa de abordagem, foram até a avenida e abordaram o motorista e os passageiros. 

Eles foram levado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da Polícia Civil, onde foi feito o registro da ocorrência. Um dos envolvidos foi encaminhado ao sistema carcerário devido a um mandado de prisão relacionando ao não pagamento de pensão para um filho. O carro foi apreendido e recolhido ao guincho. O proprietário do carro foi autuado por entregar veículo a pessoa não habilitada.