Primeiro mês na história do Estado sem feminicídios não deve se confirmar devido à crime na Região Central

Primeiro mês na história do Estado sem feminicídios não deve se confirmar devido à crime na Região Central

Foto: Reprodução

Maysa Ruy Andrade, 20 anos, foi encontrada morta em 21 de abril em Agudo. Polícia Civil diz que jovem foi vítima de feminicídio, o que contradiz a Secretaria da Segurança Pública, que afirmou não ter ocorrido esse tipo de crime em abril no Estado

Ao anunciar que pela primeira vez na história o Rio Grande do Sul encerrou um mês sem nenhuma ocorrência de feminicídio, o governo gaúcho desconsiderou o assassinato de uma jovem na Região Central. A notícia se referia ao mês de abril, que não teria registros desse tipo de crime no Estado. Mas, em 21 de abril, Maysa Ruy Andrade, 20 anos, foi encontrada sem vida, vítima de um tiro na cabeça, em meio à vegetação na localidade de Rincão do Mosquito, no interior de Agudo. Para a Polícia Civil, o crime foi passional, ou seja, feminicídio.

 
“Entre as iniciativas mais recentes, desenvolvidas pela SSP, está o Programa de Monitoramento do Agressor. Atualmente são monitorados 101 agressores. Desde o início do programa, 23 homens foram presos ao tentar se aproximar da vítima. Há também a Delegacia Online da Mulher, criada para facilitar o registro de ocorrências e denúncias de violência de gênero”, anunciou o governo estadual.


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A divulgação da notícia enaltecendo ações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para frear a morte de mulheres por motivo de gênero esbarra na possibilidade de o feito histórico não se confirmar.

 
Especialistas sabem que o feminicídio é um crime de difícil combate, dada as condições em que ocorre – geralmente dentro da própria casa da vítima. O assassino, muitas vezes, é o próprio marido ou o ex-companheiro, que age sob impulso de uma crise de ciúme.


A reportagem do Bei divulgou, em 24 de abril, que a Delegacia de Polícia de Agudo havia elucidado o caso de feminicídio de Maysa Ruy Andrade. Segundo a Polícia Civil, a autoria do crime já estava esclarecida, e as investigações indicavam que a motivação poderia ser passional. A polícia trabalha na localização do autor do crime, o que ainda não ocorreu.

 
Para preservar a integridade das investigações, a delegada Alessandra Padula, que respondia pela Delegacia de Agudo, informou, na ocasião, que não poderia divulgar mais detalhes do caso. Ela informa que, como o registro da ocorrência ainda não entrou nas estatísticas da Secretaria da Segurança, o crime ainda consta como homicídio.


Maysa era natural de Bertioga, no interior de São Paulo, mas residia em Santa Maria. Familiares e amigos chegaram a fazer uma vaquinha nas redes sociais para ajudar a pagar as despesas de velório e sepultamento da jovem, que foi enterrada no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria.


O que diz

Questionada pela reportagem sobre a morte de Maysa, a Secretaria de Segurança Pública informou que o “inquérito policial segue em andamento, com diligências a serem concluídas. Por essa razão, ainda consta como homicídio. Caso a autoridade policial entenda se tratar de feminicídio, fará o indiciamento como tal quando da conclusão do procedimento”, diz a secretaria. 

*Colaborou Rafael Menezes

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