Na quarta-feira (19) um prédio em obras de quatro andares veio abaixo em São Gabriel. Na quinta-feira (20), a Construtora Sotrin, responsável pela obra, informou por meio de nota a possível causa da queda da construção: a batida de um caminhão na estrutura.
O caso
A obra fica localizada na Avenida Antônio Trilha, em São Gabriel. No momento da queda pessoas trabalhavam no local e escutaram um barulho. Ao suspeitarem do desabamento, evacuaram o edifício antes que o acidente acontecesse. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, não houve vítimas. Um caminhão da empresa trabalhou no local para a retirada dos escombros.
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As motivações
A construtora divulgou por meio de nota o possível motivo para o desabamento da obra. Segundo os responsáveis, um caminhão teria colidido com uma estrutura do prédio. No veículo havia aproximadamente 30 toneladas de materiais para construção civil.
A Construtora Sotrin vem através desta nota se expressar sobre os últimos acontecimentos envolvendo a obra do Verena Ecoresidencial.
Na última quarta-feira, 19, fomos informados sobre o desabamento de um prédio onde o Verena Ecoresidencial está sendo construído, em São Gabriel.
Conforme o relato dos trabalhadores que estavam no local, o incidente ocorreu após um caminhão, com aproximadamente 30 toneladas de materiais, colidir com uma das colunas estruturais do prédio. Com o choque, foi percebido um barulho estranho, que fez com que todos os trabalhadores evacuassem o local.
No momento, estamos com a obra parada e aguardando a análise detalhada para podermos prestar maiores esclarecimentos acerca do ocorrido.
Salientamos que, felizmente, nenhum trabalhador foi ferido.
No mais, pedimos a compreensão de todos no aguardo de maiores informações.
O professor de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Gihad Mohamad explica que é difícil fazer a avaliação da queda de uma estrutura sem dados detalhados sobre o projeto. Complementa dizendo que, conforme as informações disponibilizadas da batida com o caminhão, talvez aconteceria um declínio do espaço específico:
– Teríamos que ver se foi um colapso local devido a colisão com o pilar ou global. Dificilmente uma colisão derrubaria o prédio todo, ou seja, poderia derrubar apenas a parte afetada. No entanto, é preciso fazer a análise do projeto como um todo e do impacto. A perícia vai especificar estas coisas.
A fiscalização feita pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) orienta que em todos os serviços contratados haja um responsável técnico. O engenheiro e inspetor chefe do Crea em São Gabriel, Luis Motta, em entrevista ao Bom dia, Cidade, da Rádio CDN, contou que a obra já havia sido fiscalizada, como parte da rotina do órgão:
– Pelo fato, nossa equipe compareceu ao local novamente. O agente fiscal fez o detalhamento sobre o acontecido junto aos responsáveis da obra. Havia 23 pessoas trabalhando no local. Buscamos então os documentos referentes aos meses anteriores ao início da obra. Estavam sendo feitas obras com rede de esgoto, pavimentação, rede elétrica, entre outras elencadas no documento. Nosso trabalho é que toda obra seja fiscalizada e documentada.
Em nota, a prefeitura de São Gabriel destacou que o trabalho de responsabilidade do órgão são as análises de projetos estruturais e que não realiza fiscalização de obras privadas.
A Secretaria de Obras e Urbanismo de São Gabriel informa que, em caso de obras particulares, a Prefeitura se restringe à atribuição de análise dos projetos estruturais, não tendo responsabilidade de fiscalizar o andamento de obras que não são públicas. O projeto da obra em questão estava autorizado para andamento, tendo sido recomendados ajustes pelo corpo técnico municipal. A fiscalização do andamento de obras particulares com projeto aprovado não é de responsabilidade do Poder Público.
O delegado Fabrício Lima Ferreira, da Polícia Civil de São Gabriel, explicou que o caso está sendo investigado:
– Estamos realizando apuração para verificar se houve alguma irregularidade. Solicitamos ao Instituto Geral de Perícias (IGP) que realizasse perícia na obra e oficiamos a prefeitura e a construtora para apresentação da documentação e licença referente à construção. Estamos aguardando o IGP realizar a perícia e disponibilizar o respectivo laudo.
A Sotrin salienta que as obras estão paradas e que aguardam uma análise detalhada do caso.
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