Enchentes no RS: entenda o trabalho para tentar localizar dois desaparecidos em Agudo

Autor: Thais Immig

Por trás de cada número das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, está a realidade vivida por milhares de famílias gaúchas. São pessoas que perderam casas, viram localidades embaixo d’água ou deixaram para trás memórias e pertences. Há aquelas que também convivem com a angústia de quem segue desaparecido e ainda não voltou para a casa. Apesar do número diminuir a cada dia, a busca segue para localizar 38 pessoas dessa lista.

Dados divulgados pela Polícia Civil nesta sexta-feira (7) revelam que Cruzeiro do Sul e Canoas são as cidades que registram o maior número de desaparecidos, com 6 e 5 nomes, respectivamente. Na Região Central, o município de Agudo ainda segue com o trabalho de busca para localizar dois desaparecidos: William da Silva Ramos e Elias Morais Pohlmann. 


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O dia 29 de abril, que marca o início das chuvas no Estado, também sinaliza a data em que William foi visto pela última vez, no centro de Agudo. De lá para cá, de acordo com a delegada da Polícia Civil de Agudo, Jaqueline Pellegrini, buscas seguem sendo feitas, mas ainda sem nenhum resultado. O mesmo acontece com o produtor rural Elias, morador da localidade de Porto Alves. Ele está desaparecido desde o dia 9 de maio.

Conforme a ocorrência e relato de familiares, Elias teria saído para fazer vistoria em uma lavoura de arroz, que estava embaixo d'água, e não retornou  para casa. No dia seguinte, os bombeiros encontraram o veículo do produtor rural dentro de uma área alagada, próxima ao Rio Jacuí. Porém, ele não foi localizado. O 4° Pelotão de Bombeiro Militar (4° PelBM), responsável pelas buscas, segue trabalhando para localizá-lo

Em Agudo, centenas de pessoas precisaram ser resgatadas; duas seguem desaparecidasFoto: Tales Trindade


O processo de investigação e busca

Tudo começa com o boletim de ocorrência. Para que o processo de investigação seja iniciado, quem procura por alguém deve fazer o registro nas delegacias físicas ou online. O trabalho de busca por desaparecidos é feito pela Polícia Civil e centralizado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Depois do registro, as notificações são avaliadas pelo Gabinete de Inteligência da Polícia Civil. Em seguida, conforme o diretor do DHPP, delegado Mário Souza, uma equipe de policiais analisa as informações das pessoas desaparecidas. Nessa etapa, é realizado o contato com famílias, verificação de sistemas e imagens na tentativa de localizá-los. Tudo isso em um processo inicial de investigação.

As pessoas precisam registrar o boletim de ocorrência em qualquer delegacia física ou na delegacia online para que tenhamos o registro e, a partir dele, começar o protocolo de investigação e busca. Assim, conseguimos acessar todos os sistemas em busca da pessoa e também tomar outras providências.

Boletins de ocorrência podem ser realizados de forma presencial nas delegacias ou pelo fone 0800 642 0121Foto: Divulgação

Após esse processo inicial, ocorrem as buscas em que policiais percorrem abrigos, endereços de família e o local onde a pessoa foi vista pela última vez. Conforme o delegado, no período das fortes chuvas registradas no Rio Grande do Sul, muitos desaparecidos estavam ou se estima que ainda permaneçam em locais de difícil acesso. Nesses casos, a busca ocorre em conjunto com outras forças de segurança como o Corpo de Bombeiros que atua na retirada de pessoas em locais de deslizamento ou situações em que o acesso é restrito.

As buscas seguem até que todos os nomes da lista sejam encontrados. Conforme o delegado Souza, a maior parte dos desaparecidos foi resgatada com vida. Mas, após um mês do início das enchentes e registros de ocorrência, a probabilidade das pessoas serem encontradas sem vida é maior.

– Tivemos uma demanda absurda nos primeiros dias das enchentes. Essa lista de desaparecidos ficava em torno de 180. Hoje, ela está na casa dos 40. E a maioria dessas pessoas não estão desaparecidas desde o início. Quanto mais o tempo passa, a probabilidade de que essas pessoas sejam encontradas sem vida é maior. Mas o nosso trabalho continua porque as famílias precisam dessas respostas.

Ainda conforme o delegado, não existe um prazo mínimo para que o desaparecimento seja registrado. Ou seja, pode ser registrado no mesmo dia. Até o dia 7 de junho, 443 ocorrências foram registradas. Destas, 246 pessoas foram encontradas com vida e 173 óbitos foram registrados. No Rio Grande do Sul, 38 ainda seguem desaparecidos – conforme levantamento da Polícia Civil. 


Canais para o registro da ocorrência:

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