“Minha maior dor não é perder o estabelecimento, é saber que tem pessoas feridas”, diz proprietária de lanchonete que explodiu em São Sepé

Três pessoas seguem internadas após sofrerem ferimentos em uma explosão e incêndio provocada por vazamento de gás, registrada na noite de domingo (28), em uma lanchonete localizada no centro de São Sepé. O incidente atingiu o estoque do estabelecimento e causou danos significativos no imóvel. Entre os feridos, estão um funcionário, um cliente e um bombeiro que atuava no atendimento da ocorrência.

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O funcionário e o cliente estão internados no Hospital Santo Antônio, em São Sepé. Eles estão entubados e sedados. O estado de saúde inspira cuidados, já que os dois inalaram muito gás.
O bombeiro militar está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo (CHAA),em Santa Maria. O estado de saúde do profissional é considerado estável. A informação foi confirmada pelo comandante dos Corpo de Bombeiros de São Sepé, 1⁰ sargento Luciano Pontes, 42 anos.

Proprietária diz que explosão ocorreu quando a luz foi desligada

A proprietária da lanchonete, Mônica Oliveira, 34 anos, relatou a reportagem que o incêndio teve início a partir de um botijão de gás que não estava em uso, conectado a um fogão industrial de duas bocas, utilizado esporadicamente no preparo de alimentos.

- Era um botijão que não estava em uso, só estava na mangueira. Ele estava comprimido embaixo do fogão, o que pode ter apertado a mangueira. Não tinha cheiro de gás, era apenas um barulho, como se fosse uma panela de pressão - conta.

Segundo Mônica, o botijão havia sido colocado no local dois dias antes, pois o fogão estava desativado e foi utilizado apenas de forma pontual. No momento do incidente, ela trabalhava na limpeza do estoque quando percebeu o som incomum.

- Ele (botijão) começou a fazer um barulhinho, não era cheiro, era um som estranho. De repente, o botijão começou a ficar trêmulo, caiu no chão e parecia que ia explodir. Saí correndo e gritei para todo mundo sair do local - relata.

Imagens das câmeras de segurança registraram toda a sequência. Enquanto clientes e funcionários deixavam o local, um funcionário da lanchonete, que atua como freelancer, permaneceu na cozinha. Um cliente que estava no salão, e que possui curso de bombeiro civil, entrou no local para tentar ajudar.

- O meu freelancer ficou lá. Ele foi até a chave de luz da cozinha e, quando baixou a chave, aconteceu a explosão - conta a proprietária.

No mesmo momento, um bombeiro militar chegou ao local para prestar socorro. A guarnição fica a poucos metros do estabelecimento comercial, o que auxiliou na rápida resposta de ajuda.

- Quando o bombeiro subiu a escada e chegou próximo da porta, foi exatamente no momento que foi desligada a luz e deu o estouro. Nessa hora, todos foram atingidos – diz.

Mônica estima que os prejuízos no local ultrapassem R$ 10 mil, com perda de estoque, freezer, parte do forro, paredes e alguns equipamentos. Ainda assim, afirma que os bens são secundários diante da gravidade da situação.

- Eu faço tudo de novo, trabalho de novo. A minha preocupação agora é só com as pessoas que estão feridas – desabafa.

O Corpo de Bombeiros realizou vistoria técnica no local, na manhã desta segunda-feira (29), e confirmou que o incêndio foi causado por vazamento de gás. A suspeita é de que a mangueira tenha sido comprimida ou danificada ao ser posicionada sob o fogão. Mônica não sabe se a mangueira foi mal colocada ou se ficou comprimida junto ao botijão de gás.

O caso segue sendo apurado. A lanchonete permanece interditada. De acordo com a proprietária, o objetivo é consertar os estragos para poder reabrir o local em janeiro.