"É um novo ciclo que se reinicia", afirma Leandro Boldrini, após confirmação de vaga em residência médica no Husm

Foto: Rafael Menezes

Leandro Boldrini, condenado a 31 anos e oito meses de prisão pela morte do filho Bernardo, foi selecionado para o Programa de Residência Médica em Cirurgia do Trauma, do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Nesta sexta-feira (15), ele foi até a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) realizar a confirmação de vaga e iniciar os trabalhos. 


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Atualmente, Boldrini cumpre pena em regime semiaberto no Presídio Regional de Santa Maria. Como não tinha emprego fixo, ele não podia sair da prisão. Com a inscrição realizada na residência médica, ele poderá deixar o presídio, durante o dia, e circular pelo hospital, onde precisará cumprir uma jornada de 60 horas semanais.


Na tarde desta sexta, ainda no campus, em frente ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), onde atuará Boldrini conversou com o repórter Rafael Menezes e afirmou que a residência será uma maneira de retomar as atividades. Apesar de condenado pela morte do filho, o médico continua com seu registro profissional ativo. Confira:


Por que você decidiu fazer a residência médica no Husm?

É um serviço de referência, reconhecido. É uma maneira de recomeçar.


Em relação ao seu processo, vai recorrer?

A gente aguarda que possivelmente seja marcado um novo júri.


Como está sendo a sua vida em Santa Maria?

Tenho sido bem tratado pelo serviço penitenciário e fui muito bem acolhido no Hospital Universitário."


Agora, é um novo passo para você essa residência?

É um novo ciclo que se reinicia.


Quando começou a residência?

Começou hoje (sexta-feira). Já estou em atividade no hospital, na área da traumatologia.


E depois que você terminar a residência, pretende trabalhar em Santa Maria, abrir um consultório?

Isso são outras ideias, agora não tenho essa opinião formada.


Foto: Rafael Menezes

O que é residência médica

Uma residência médica vale como um curso de pós-graduação destinado a médicos formados e com registro profissional. Instituída no Brasil em 1977, a residência é reconhecida como a forma mais conveniente de formação de médicos especialistas. A duração é, em média, de dois a cinco anos, com carga horária de 60 horas semanais. 

Durante o curso, o médico não ganha salário, mas sim uma bolsa auxílio, atualmente de R$ 4,1 mil por mês. 


Revolta

A aprovação de Leandro Boldrini ao programa de Residência Médica em Cirurgia do Trauma no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) gerou revolta em boa parte da comunidade do Rio Grande do Sul e até uma nota de repúdio de um grupo de pessoas que, como forma de homenagem ao menino, intitula-se “Flores para Bernardo”. O coletivo, formado na maioria por mulheres, participa de uma série de ações desde 2014, ano da morte de Bernardo.  


Além disso, o  grupo é contrário à decisão do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) de manter Boldrini no quadro de profissionais aptos a exercer a atividade médica, consequentemente, atendendo pessoas que necessitam de ajuda. Ele foi absolvido no julgamento interno da entidade no final de 2023.


Vereador anuncia moção contra aprovação de Leandro Boldrini 

O vereador Tubias Calil (MDB), protocolou na tarde da última quinta-feira (14) uma moção de repúdio a decisão de aprovação e confirmação da vaga de Leandro Boldrini no programa de Residência Médica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). A moção cita o fato de o hospital "não ter adotado nenhum critério de classificação no processo seletivo para médicos residentes."  



*Colaborou Vitor Zucolo.


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