"Ele voltaria para sua terra natal em setembro", conta irmão de homem que morreu soterrado em canteiro de obras em Santa Maria

Foto: Arquivo Pessoal

Jeferson dos Santos Nascimento, de 35 anos, trabalhava em uma obra, no Bairro Tomazetti, quando um barranco desabou em cima dele na tarde desta quarta-feira (17). Ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), mas não resistiu.


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Natural de Mazagão, município com aproximadamente 22 mil habitantes no estado do Amapá, Jeferson, mais conhecido como Maicão, morava no Coração do Rio Grande há aproximadamente cinco meses, junto com seu irmão, Gilberto dos Santos Nascimento, de 37 anos. Ambos trabalhavam juntos na obra.



Por aqui, Jeferson, Gilberto, sua esposa e duas filhas moravam juntos na mesma casa. Os familiares tinham uma boa relação, tanto na vida pessoal quanto no trabalho. O irmão descreve Maicão como "uma pessoa tranquila, querida pelos colegas, que não falava muito e só não dava o coração para os outros porque não dava." Fã de futebol, era flamenguista.


Em conversa com o Diário, Gilberto relata que ambos prestavam serviços no mesmo ramo no Amapá. Quando a obra de um condomínio por lá acabou, eles ficaram desempregados. Foi neste momento em que a construtora, a mesma em que atuavam aqui, entrou em contato sobre uma nova oportunidade, porém em outro estado: Santa Maria, no Rio Grande do Sul.


– Lá em Mazagão, as oportunidades de trabalho são escassas. Então, precisamos aceitar essas oportunidades que surgem. Não tem para onde correr – conta Gilberto.


Gilberto, de branco e Jeferson, de camiseta amarelaFoto: Arquivo Pessoal


De imediato, Gilberto conta que o irmão não queria se mudar para tão longe. No começo, teria recusado o trabalho. Mas, poucos dias antes da viagem para o Rio Grande do Sul, Jeferson mudou de ideia e embarcou para o novo desafio.


Em pouco tempo em terras gaúchas, Maicão já estava se adaptando ao novo ambiente. Porém, a mãe deles pedia, insistentemente, que voltasse para casa, pois era contra a mudança dos filhos para tão longe. De tanto insistir, Jeferson havia aceitado o pedido e voltaria para Mazagão na primeira semana de setembro.


– Minha mãe era muito apegada nele, ligava direto pedindo para ele voltar para Mazagão. Ele aceitou. Daria baixa no serviço na última semana de agosto e embarcaria em setembro. Até a passagem já estava comprada. Estava tudo planejado, mas aí aconteceu isso – relata.


Despedida

Jeferson será velado e sepultado no Amapá. O irmão aguarda a liberação do corpo para fazer a certidão de óbito e transladar o corpo para lá.


Questionado se pensa em retornar para sua terra natal, Gilberto afirma que ainda não sabe o que fará. Como tudo é muito recente, ele afirma que as lembranças estão muito fortes na sua cabeça neste momento:


– Até pedi para a minha esposa levantar o colchão que ele dormia. Porque eu enxergo ele deitado lá.


Investigação

O caso será investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP). O delegado responsável, Marcelo Arigony, falou sobre o caso:


– Recebemos a ocorrência policial logo pela manhã e nos deslocamos para o local. Verificamos o local, algumas circunstâncias e evidências. Vamos ouvir algumas pessoas e tentaremos concluir esse inquérito o mais rápido possível para esclarecer o que houve.


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