A Polícia Civil de São Gabriel prendeu novamente, na tarde desta terça-feira (11), o pai de Isabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, que morreu em maio deste ano em decorrência de uma infecção generalizada. A prisão preventiva de José Lindomar Nunes Brezzolin, 55 anos, foi cumprida por agentes da Delegacia de Polícia de São Gabriel, sob coordenação do delegado Daniel Severo, no Bairro Mariana. O pai é acusado de participação na morte da filha e havia sido solto após decisão judicial. A nova ordem de prisão foi expedida pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), após recurso apresentado pelo Ministério Público.
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De acordo com a Polícia Civil, o homem havia sido preso em flagrante no dia 7 de maio, junto da mãe da menina, e ficou detido por alguns dias antes de ser liberado. No entanto, a decisão que concedeu liberdade provisória foi revertida pela instância superior, determinando o retorno dele ao sistema prisional. Após o cumprimento da ordem, ele foi encaminhado ao presídio nesta terça (11), onde permanecerá à disposição da Justiça.
Relembre o caso
Isabelly Carvalho Brezzolin morreu no dia 8 de maio, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), para onde havia sido transferida em estado grave da Santa Casa de Caridade de São Gabriel. A menina apresentava sintomas severos de infecção e não resistiu. A morte gerou grande comoção e repercussão em todo o Estado, especialmente diante das suspeitas iniciais de que a criança teria sido vítima de maus-tratos e de abuso sexual.
Apesar das suspeitas iniciais, o laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou que Isabelly morreu em decorrência de pneumonia, que evoluiu para sepse e coagulação intravascular disseminada, sem indícios de violência física ou sexual. Mesmo assim, a investigação manteve a linha de apuração por omissão e maus-tratos, devido às circunstâncias em que o caso ocorreu.
O casal, José Lindomar Nunes Brezzolin e Elisa Carvalho, 36 anos, foi preso logo após a internação da filha. A Polícia Civil concluiu o inquérito indiciando ambos por maus-tratos e estupro de vulnerável. Já o Ministério Público apresentou denúncia por homicídio culposo, sustentando que os pais teriam se omitido em prestar socorro diante do agravamento do quadro de saúde da menina. O pai também foi denunciado por estupro de vulnerável e por ameaças contra a companheira, no contexto de violência doméstica e familiar. A mãe da menina responde em liberdade. As defesas de ambos negam os crimes.