Foto: Gilberto Ferreira
O Instituto Geral de Perícias (IGP), a Polícia Civil, a Secretaria de Meio Ambiente e a Defesa Civil retornaram ao Morro do Cechella, no Bairro Itararé, nesta quinta-feira (9), para investigar alterações clandestinas feitas no local. A ida foi motivada por uma denúncia de que moradores teriam tentado alterar o solo no alto do morro, inclusive abrindo valetas e instalando uma lona. Por isso, uma nova perícia foi realizada e o material será incluído ao inquérito policial que já está aberto após a tragédia do começo do mês.
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Esse local do morro deu início ao deslizamento de terra que resultou na morte de mãe e filha, no dia 1º de maio. Foram feitas intervenções sem autorização das autoridades. Uma lona preta foi colocada no topo, presa com cordas e pedras. Além disso, segundo a Polícia Civil, novas valetas teriam sido abertas pela ação humana, com o objetivo de desviar o fluxo da água. Porém, essas valetas podem aumentar o risco de novos deslizamentos, principalmente no momento em que nova chuva volumosa é prevista para a região de Santa Maria.
Como essas mudanças no morro não foram feitas pela polícia nem pela Defesa Civil, será necessário investigar quem alterou o local. Os policiais fizeram registros fotográficos e vídeos com o uso de drone, que sobrevoou o Morro do Cechella nesta quinta-feira.
Segundo informações apuradas pela reportagem no morro, o solo está bastante úmido no local. A Defesa Civil Estadual emitiu um novo alerta meteorológico, na quarta-feira (8), para todo o Estado. Há previsão de chuva intensa para as regiões Centro, Norte, Nordeste, Vales, Região Metropolitana, Porto Alegre e o Litoral Norte entre sexta-feira (10) e segunda-feira (13).
Local é um dos pontos monitorados pela Defesa Civil
A Defesa Civil de Santa Maria tem realizado vistorias em locais que apresentam riscos geológicos e hidrológicos em diferentes bairros do município. Na Estrada do Perau, a Defesa Civil reforçou, na manhã desta quinta, o risco de movimento de massa (nome dado a deslizamentos e escorregamentos do solo). O local foi interditado no dia 1º de maio após os deslizamentos de terra, queda de árvores e pedras soltas. Não há previsão para liberação dessa via que liga Santa Maria-Itaara.
Também passam por vistorias, com avaliações para riscos geológicos e hidrológicos, as localidades próximas ao Morro do Cechella, como a Rua Canário, a Vila Churupa e outros pontos do Bairro Itararé.
A Rua Canário está totalmente interditada desde 1º de maio, quando um deslizamento de terra causou a morte de Liane Ulguin da Rocha e da filha, Emily Ulguin da Rocha. Na última terça (7), a Defesa Civil de Santa Maria, junto com a Brigada Militar, a Polícia Civil e a Guarda Municipal, retornou à Rua Canário, no Bairro Itararé, com um termo de ciência de interdição total da rua e dos arredores. O superintendente da Defesa Civil, Adão Lemos, informou que essa área corre risco de desmoronamento e causou revolta dos moradores, que estão resistentes a saírem do local e não quiserem assinar o termo. Mais informações sobre isso você encontra aqui.
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