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Polícia investiga possível caso de racismo durante partida de vôlei em Júlio de Castilhos

Polícia investiga possível caso de racismo durante partida de vôlei em Júlio de Castilhos

Imagem: Reprodução (Google Street View)

Fato ocorreu na noite de sábado (27) durante partida do Campeonato Municipal de Voleibol, no Ginásio Municipal Mário Villamil de Vargas. Ninguém foi preso.

A Polícia Civil abriu inquérito, nesta segunda-feira (29), para investigar um possível crime de racismo ocorrido na noite de sábado (27), durante uma partida de vôlei em Júlio de Castilhos.

O caso ocorreu em meio ao Campeonato Municipal de Voleibol, no ginásio municipal Mário Villamil de Vargas, Bairro Centro. A vítima, que é atleta de uma das equipes, registrou ocorrência após ser alvo de insultos racistas por parte da torcida do time adversário.

Os investigados são pai e filha, de 52 e 22 anos, respectivamente. Ninguém foi preso. As ofensas foram gravadas por uma testemunha que estava nas proximidades, que levou os vídeos até a Brigada Militar (BM) para denunciar o crime. Ao término da partida, uma equipe da BM foi até o ginásio, onde conversou com servidores responsáveis pela organização do evento e, posteriormente, conduziram os suspeitos à Delegacia de Polícia de Júlio de Castilhos, onde foram ouvidos e liberados. 

Em depoimento, os suspeitos negaram a conduta discriminatória. Duas testemunhas também foram ouvidas na mesma noite. É o que conta o responsável pelas investigações e titular da DP de Júlio de Castilhos, delegado Adriano Winkelmann de Rossi:

– Foi instaurado inquérito policial para apurar os fatos. Duas testemunhas foram ouvidas, foi anexado o vídeo, os suspeitos foram ouvidos e negaram que proferiram ofensas. Então iremos ouvir o máximo de pessoas que estavam no local, inclusive as citadas pela vítima e pelos suspeitos.

Após tomar conhecimento dos insultos racistas através do vídeo gravado, o atleta alvo das ofensas também se deslocou até a DP local e registrou boletim de ocorrência. Caso sejam indiciados, os suspeitos responderão pelo crime de racismo, sujeitos à pena de 2 a 5 anos de prisão.

A procuradora jurídica de Júlio de Castilhos, Bruna Mario da Rosa, afirma que a prefeitura irá se manifestar oficialmente após a conclusão do inquérito:

– Houve uma denúncia, apurada inicialmente pela Brigada Militar na tarde de sábado. A prefeitura repudia qualquer tipo de ato discriminatório, que tenha eventualmente ocorrido. O caso está sendo investigado e iremos nos manifestar após a conclusão do inquérito – considera.

A reportagem do Bei entrou em contato com o atleta alvo das ofensas, e ele informou que irá se manifestar somente após a conclusão do inquérito.

O crime

Conforme a Lei n.º 14.532/2023, publicada em janeiro deste ano e que altera a Lei do Crime Racial, "injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional" pode gerar pena de prisão de dois a cinco anos e multa. 

É um crime imprescritível (não prescreve), e não é passível de anistia, indulto ou fiança. A pena poderá ser aumentada quando o crime for cometido por duas ou mais pessoas, e caso ocorra durante atividades recreativas.

Maior punição em eventos esportivos

Na Câmara de Vereadores de Júlio de Castilhos, está em tramitação o projeto de lei 024/2023, oriundo do Executivo municipal, que visa instituir a Justiça e o Código Disciplinar para atuar nos eventos esportivos municipais em todas as modalidades esportivas promovidas pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Caso aprovado, o projeto traz sanções que vão desde advertência até a eliminação de equipe por conduta indisciplinar de algum atleta. No entanto, o projeto menciona injúrias e insultos praticados apenas por dirigentes, técnicos e atletas, e não por torcedores.

(Colaborou Matheus Beck)


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