2 de julho

Dia Nacional do Bombeiro: A profissão que vai muito além do combate a incêndio

Dia Nacional do Bombeiro: A profissão que vai muito além do combate a incêndio

Foto: Bombeiros Miliares do Rio Grande do Sul (divulgação)

O cachorro Guapo e os bombeiros militares no resgate às vítimas, no município de Caraá

Com a missão de salvar vidas, os bombeiros estão presentes nas situações mais drásticas, como nos casos de Mariana, de Brumadinho, em desabamento de edificações, nas chuvas torrenciais em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e no município de Caraá, no Rio Grande do Sul. Neste domingo, 2 de julho, é celebrado o Dia Nacional do Bombeiro, por isso, nada mais justo que relatar algumas das inúmeras ações que o efetivo atua para ajudar. Em Santa Maria, a fundação do Corpo de Bombeiros ocorreu em 16 de março de 1955, já são 68 anos de história junto à comunidade. E uma delas é a do sargento Alex Sandro Brum e do labrador Guapo, que foram enviados para atuar no resgate às vítimas do ciclone extratropical que atingiu o Estado gaúcho em junho de 2023.


A escolha do dia 2 de julho é uma homenagem à criação do Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, inaugurado em 2 de julho de 1856, no Rio de Janeiro, e sob o comando do major João Batista de Morais Anta. Oficialmente, o Dia do Bombeiro brasileiro foi instituído por meio do decreto nº 35.309, de 2 de abril de 1954.


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Projetos

Conforme o tenente-coronel Comandante do 4° Batalhão de Bombeiro Militar (4° BBM), Rafael Gonçalves Pereira, além do combate a incêndios e salvamentos, os bombeiros têm projetos sociais, como o Bombeiro Mirim, Bombeiro Nas Escolas e o Bombeiro nos Bairros. O comandante explica que o principal deles é o Bombeiro Mirim: 


– São crianças que damos instruções no quartel. Elas aprendem quais são as funções do bombeiro. E algumas questões sobre hierarquia e disciplina. O segundo, realizamos palestras nas escolas, treinamento para os estudantes. E o terceiro visitamos os bairros, principalmente com famílias de baixa renda (em vulnerabilidade social), e damos orientação em troca de mangueira de botijão de gás, auxílio na questão da energia elétrica, porque são as principais causas de incêndio que nós temos – conta o tenente-coronel Comandante do 4° Batalhão de Bombeiro Militar.


As escolas que quiserem participar dos projetos voltados para estudantes, bastam apenas entrar em contato com a coordenadoria regional do município, que eles realizam o processo com o Corpo de Bombeiros.


Trabalho de resgate

Foto: Bombeiros Miliares do Rio Grande do Sul (divulgação)


O labrador de pelagem marrom, chamado de Guapo, tem nove anos e é um pré-aposentado. Ele está trilhando o caminho para o filho Sheik assumir seu lugar nos resgates às vítimas de desastres. Guapo é o fiel escudeiro do sargento Alex Sandro Brum. Em entrevista ao programa CDN Entrevista, em 29 de junho, o sargento e a capitã Bárbara Aita contaram como funciona o processo de treinamento dos bombeiros para o resgate e como é o vínculo com os cachorros treinados. Durante o programa, o Guapo ficou ao lado do seu companheiro, sentado na cadeira, com direito até uma cheiradinha no microfone.


A capitã explica que são vários cursos oferecidos para preparação dos soldados, além do combate à incêndio, como em resgate veicular e em buscas. Cada bombeiro pode especializar-se em uma área, como é o caso do Sargento Brum.


– As nossas certificações variam, as buscas podem ser diferenciadas: busca por pessoas vivas, mortas, odores, áreas colapsadas, áreas rurais, urbanas. E nisso o humano e o cão precisam estar certificados nessa área. Nossa equipe é muito qualificada. Somos uns dos poucos batalhões do Estado que possuem um quadro do canil com militares a pronto emprego para atuarem nessas situações – relata a capitã.


Brum conta que, em Caraá, o cenário foi muito difícil. Com remoção de casas inteiras, vegetação, vida animal impactada. No primeiro dia de força-tarefa, conseguiram localizar duas vítimas e, no segundo, dia uma terceira, em um terreno que apresentava dificuldades de locomoção.


– Toda ocorrência tem um estresse natural. Teve desabamento, as pessoas estão sofrendo, cada ocorrência tem um diferencial, Brumadinho, Petrópolis e agora Caraá. O que me chamou atenção foi Petrópolis. Mas, eu lido esse momento como uma oportunidade de crescimento, de auxiliar as pessoas.


Guapo, o escudeiro fiel

Guapo nos estúdios da CDNFoto: Bianca Guimarães (Diário)


Em Santa Maria, são quatro binômios (homem e cachorro) atualmente, mais dois em treinamento. O sargento Brum comenta que, tanto a pessoa quanto o cachorro precisam passar por treinamentos e depois por uma certificação. O filho de Guapo, Shiek, está esperando uma certificação para registros biológicos e restos mortais, como é o caso de Guapo.


– No momento que ele se certificar, vou conseguir aposentar o Guapo. Mas ele está super bem, só que vai ser mais utilizado agora na Cinoterapia (atividade que utiliza cachorros no processo terapêutico) no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).


Quando questionado em relação às raças específicas para este trabalho, o sargento explica que não tem nenhuma exclusiva necessariamente. O cachorro, macho ou fêmea, precisa ter a facilidade e a versatilidade de enfrentar dificuldades nesses casos extremos, como o Labrador e o Border Collie, mas existem várias outras. Além disso, o humano e o cachorro precisam criar um vínculo, porque o trabalho deve ser realizado da melhor forma possível. O companheiro pode até levar o cachorro para casa, porque, afinal de contas, além de um parceiro no trabalho é um amigo também.  Além do Guapo no canil dos Bombeiros de Santa Maria, tem a Molly, a Bela e o Oros.


– Os resgates com eles é o resultado do investimento que o Estado fez, resultado do fortalecimento que o comando fez em nós, nosso resultado em formar um cão para chegar nesse nível. E também para ter outras ocorrências que dão um aporte emocional muito grande – conta o sargento Brum.


O Sargento Alex Sandro Brum e o cachorro Guapo, no CDN EntrevistaFoto: Bianca Guimarães


Efetivo em Santa Maria e Região

Segundo as informações do 4° BBM, o contingente cobre 34 municípios da Região Central do Rio Grande do Sul

  • Efetivo total do 4° BBM _ 235 militares
  • Em Santa Maria _ 95 militares. Sendo 80 homens e 15 mulheres
  • Viaturas do 4º BBM _ 13 viaturas Auto Bomba Tanque (ABT)
  • Em Santa Maria _ 3 viaturas ABT e 1 viatura resgate
  • Total de ocorrências atendidas na área do 4° BBM: 533 no mês de junho, até as 12h, de sexta-feira (30 de junho)
  • Média de 22 ocorrências diárias


História do Corpo de Bombeiros em Santa Maria

  • 16 de março de 1955 –  A Estação de Bombeiros de Santa Maria, foi instalada, provisoriamente, nas dependências do antigo prédio da prefeitura municipal de Santa Maria, na Rua Vale Machado 
  • 1956 – A corporação ganhou seu espaço na parada militar de Santa Maria e criou a Escola Regimental da Estação de Bombeiros
  • 1961 – Foi organizado um programa de prevenção contra incêndio para a comunidade, que se mantém até os dias atuais 
  • 1964 – foi anunciada a construção de um novo quartel para a corporação, na Rua Coronel Niederaurer, espaço, na época, ocupado pelas quadras da Avenida Tênis Clube e onde, até hoje, encontram-se as instalações
  • 1966 – Após dois anos de construção, o quartel foi inaugurado no dia 16 de março de 1966, na conhecida Praça dos Bombeiros, ou Saturnino de Brito
  • 10 de julho de 1970 – A Estação de Bombeiros de Santa Maria passou a pertencer ao 1º Regimento de Polícia Montada (1° RPMon) com o nome de 1º Esquadrão Especial de Socorro e, em 1974, por ocasião da reestruturação, foi alterado o nome para 4° Grupamento de Combate a Incêndios (4° GCI)
  • 1998 – O 4º GCI passou a denominar-se Comando Regional de Bombeiros Central, alterando sua responsabilidade territorial
  • 2004 – foi mudada a designação do grupamento por Decreto estadual, passando a se chamar 4º Comando Regional de Bombeiros
  • 18 de março de 2014 – O Governador do Estado, Tarso Genro, assina a PEC 232, para a desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar
  • 20 de junho de 2014 - Criação do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS), através da Emenda Constitucional  nº 67
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