Abril foi mês mais violento do ano em Santa Maria

Dos quatro primeiros meses de 2023, o mês de abril foi o mais violento dos últimos dois anos. Enquanto que em 2022, foram sete mortes, este ano foram 10 assassinatos. Somando os quatro primeiros meses deste ano, já são 26 homicídios, um crime a menos do que no mesmo período do ano passado. Os crimes violentos letais e intencionais, (CVLIs) conforme são chamados os crimes contra a vida, homicídios, latrocínios e feminicídios caminham em 2023 praticamente no mesmo ritmo que no ano passado, quando a cidade bateu o recorde de mortes violentes. Ao todo foram 70 ocorrências deste tipo, mesmo número de 2017, quando houve aumento de mortes por acertos de contas entre facções. Conforme a polícia, 80 por cento dos crimes já tem motivação e autoria apontada.

Segundo a equipe de investigação da delegacia de homicídios, 80 por cento dos crimes deste ano foram elucidados até a tarde de terça-feira (1/4). As investigações dos crimes ainda não elucidados estão em andamento para apontar autoria e motivações. Alguns desses crimes dependem de perícias que ainda não tiveram resultados divulgados. Em janeiro foram quatro mortes, em fevereiro, o número caiu para três, mas em março o número subiu para nove mortes e em abril, a luz vermelha do sinal ascendeu com 10 assassinatos sendo registrados. Já no ano passado, foram os mesmos quatro crimes em janeiro, oito em fevereiro e março e sete em abril. 

O delegado Marcelo Mendes Arigoy, titular da Delegacia de Polícia de Homicídios (DPHPP) da Polícia Civil atribui a maioria das mortes a grupos criminosos com rixas, dívidas ou disputas do tráfico de drogas e ligações com o sistema carcerário.

- Eu posso te dizer que mais de 90 por centro tem relação com a questão prisional. Não posso dizer que 90 por cento o mandante de dentro da cadeia deu a ordem. Mas posso te dizer sim, que 90 por cento ou mais, estão sim ligadas as facções que estão ligados ao sistema prisional. A grande maioria dos crimes estão relacionados com o sistema prisional, com essa questão do empoderamento, das vinganças, das queimas de arquivos de testemunhas, de pessoas de dentro ou de fora do sistema carcerário. Se tu fores olhar, normalmente quem mata ou quem morre está ligada à questão prisional que é uma variável que permeia todos esses fatos. É isso a questão das drogas, que é o combustível para que esses grupos se estruturam, cresçam e que acaba funcionando como mola proporciona dessa criminalidade mais grave. Então, grande parte dessa crise está de certa forma relacionada. Essa disputa de grupos muitas vezes pessoas daqui, ou as vezes até de fora de Santa Maria que vem para cá visando tomar alguns pontos de venda de drogas - diz o delegado. 

Para Arigony, Santa Maria ainda está bem em outros índices de criminalidade e é uma cidade boa para se morar.

- Embora nós tenhamos uma curva ascendente nos homicídios que são os crimes violentos os detalhes intencionais os homicídios consumados e os homicídios tentados, no ano passado nós tivemos cerca de 70, e esse ano, nós temos 26. Isso gera uma sensação de insegurança, mas na grande maioria dos outros indicadores, Santa Maria vai muito bem. É
uma cidade de 300 mil habitantes. Cidades militares de médio médio e grande porte não estão imunes aos problemas da criminalidade do mundo moderno, e nós temos os menores indicadores como por exemplo roubo de veículo, furto de veículo, assalto a banco. Nós não temos sequestro, não temos assalto a carro forte, não temos vários indicadores importantes de criminalidade - diz o delegado.

O delegado regional da Polícia Civil, Sandro Meinerz, explica que ................................................

Elucidação 80%

Motivações: Tráfico - 65% Rixa - 11% Desavença -7%
Vingança - 4% Outros motivos - 4%