
Foto: Rogério Schmidt Jr. - Rádio Independente
O delegado José Romaci Reis, titular da Delegacia de Polícia de Teutônia, explicou quais itens foram solicitados pelo Ministério Público (MPRS) no inquérito que investiga o acidente com o ônibus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Vale do Taquari, em abril deste ano. Sete pessoas morreram e outras 26 ficaram feridas.
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Segundo Reis, os pedidos se referem aos laudos de lesões corporais de alguns passageiros, que não foram realizados. Do total de 26 pessoas, cinco estão pendentes. A solicitação do MP foi feita no dia 3 de junho, o que fez o inquérito retornar às mãos da Polícia Civil.
– Referem-se somente aos laudos de lesões corporais. Tem algumas vítimas, pelo menos cinco, que não foram fazer o laudo. Solicitamos esse laudo novamente para as vítimas e informamos que elas deveriam comparecer no Departamento Médico Legal (DML) para isso – conta Reis.
Reis reforçou que já estava ciente dessa situação quando encaminhou o inquérito policial sobre o acidente ao Ministério Público. Também mencionou que as vítimas não são obrigadas a se submeter ao exame.

Diante do pedidos à Polícia Civil, os prazos para finalização do inquérito e para a análise do Ministério Público foram adiados. Até a tarde desta terça-feira (24), o delegado não havia recebido nenhum laudo. Não há um prazo de conclusão para esse procedimento.
Em 23 de maio deste ano, três pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil de Teutônia: o motorista ônibus do ônibus, o responsável pelo núcleo de transporte da UFSM e a representante da empresa que contrata os motoristas.
Resultado do inquérito enviado ao MP
De acordo com a investigação, o resultado da perícia técnica revelou falhas graves nos sistemas de freio do ônibus. As lonas do freio estariam desgastadas e, além disso, a última revisão do ônibus havia sido realizada em 2023. Quanto ao motorista, o delegado esclarece que ele não agiu conforme as técnicas de segurança do ônibus. Quando veículo atingiu entre 40 km/h e 60 km/h, logo na chegada em Imigrante, ele teria tentado reduzir a marcha, mas não conseguiu.
A Polícia Civil também apontou uma série de irregularidades na empresa responsável pela contratação dos motoristas, que era terceirizada. Segundo Reis, a gestão teria negligenciado procedimentos essenciais para a segurança dos veículos e dos passageiros, como o preenchimento do checklist, etapa em que os condutores deveriam registrar eventuais defeitos da frota.
Relembre o acidente
Um ônibus com estudantes da Universidade Federal de Santa Maria caiu em uma ribanceira de 52 metros de altura, perto do trevo de acesso ao município de Imigrante, na região do Vale do Taquari, na manhã de sexta-feira, 4 de abril de 2025, e deixou sete mortos e 26 feridos. Todas as vítimas fatais eram calouras do curso de Paisagismo do Colégio Politécnico da instituição.
No total, 33 pessoas – estudantes, professoras e o motorista – estavam em uma excursão que faria visita técnica ao Cactário Horst (espaço dedicado ao cultivo de cactos e suculentas), em Imigrante, quando o acidente aconteceu. Uma das teorias da causa do acidente seria falha nos freios. O ônibus pertencia à UFSM, mas o motorista era terceirizado.
O acidente aconteceu a cerca de 850 metros do destino final, entre os quilômetros 3 e 4 da rodovia, pouco antes das 11h. O primeiro chamado que os bombeiros voluntários receberam foi às 10h48min.
As despedidas das vítimas fatais Dilvani Hoch, Fátima Eliane Riquel Copatti, Flavia Marcuzzo Dotto, Janaina Finkler, Marisete Maurer, Paulo Victor Estefanói Antunes e Elizeth Fauth Vargas foram realizadas no sábado em Santa Maria, São Pedro do Sul, Vale Vêneto (distrito de São João do Polêsine), Estância Velha e São Martinho da Serra. Elizeth Fauth Vargas foi sepultada no domingo (6), em Passo Fundo.
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