"A sensação de segurança não pode ser medida pelo número de homicídios em Santa Maria", afirma delegado regional da Polícia Civil Sandro Meinerz

Autor: Gilberto Ferreira, Maria Júlia Corrêa e Rafael Menezes

Foto: Rafael Menezes (Diário)

O Centro Integrado de Operações de Segurança Pública de Santa Maria (Ciosp) foi palco de uma reunião de representantes dos órgãos da área, na tarde desta quinta-feira (15). O encontro, a portas fechadas, reuniu representantes da Brigada Militar (BM), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Polícia Civil, Guarda Municipal e Superintendência dos Servidores Penitenciários (Susepe) com o vice-prefeito Rodrigo Decimo (União Brasil), que é presidente do Gabinete de Gestão Integrada Municipal.


Ao final da reunião, uma coletiva foi realizada para a imprensa. Nela, os presentes falaram sobre as ações realizadas nas últimas 24h na cidade e quais medidas serão tomadas após um dia em que ocorreram quatro homicídios, seguidos da morte de um suspeito de participação nos crimes, que entrou em confronto com a Brigada em plena área central da cidade nesta quinta (15): 



– O gabinete de Gestão Integrada da prefeitura convidou as forças de segurança para conversar e também, nos colocarmos à disposição para ajudar no enfrentamento dessas situações – afirmou Rodrigo Decimo.


Na reunião, Decimo relatou que a reunião foi para decidir as possíveis ações que serão tomadas em conjunto para combater a criminalidade. Decimo afirmou que haverá fiscalizações em estabelecimentos de Santa Maria que são apontados pelo setor de inteligência como necessários de serem feitas determinadas intervenções. Também falou sobre a possível implementação dos bloqueadores de celulares dentro das casas prisionais, junto à Susepe.

 

– A partir dessas ações, outras virão. O objetivo é completar ciclos de operações prezando pela segurança da população. 


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Logo depois, foi a vez do Coronel Cleberson Bastianello, comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO), falar sobre a ação realizada na manhã desta quinta-feira.


– Por parte da Brigada, nenhuma ação é feita ao acaso. Temos um trabalho conjunto entre as forças de segurança. O policial militar não sai às ruas para matar ninguém, sai para defender a população. A ação realizada hoje (quinta) foi lícita, dentro da legalidade, quando fizemos frente a criminosos fortemente armados, egressos e foragidos do sistema prisional. 



Ao ser questionado sobre a morte do foragido Kauã Batista Rodrigues, 19 anos, em uma operação coordenada pelo 2° Batalhão de Polícia de Choque no centro de Santa Maria, ele foi enfático:


– A morte de hoje (quinta) significa que aqueles que tentarem contra a Brigada Militar terão a pior sempre. Temos policiais, equipamentos e treinamento suficientes para fazer frente a qualquer tipo de agressão. A opção pelo confronto não partiu da Brigada.


A suspeita é que os crimes que ocorreram nas últimas 24 horas em Santa Maria tenham em comum o tráfico de drogas. Questionado sobre isso, o delegado regional da Polícia Civil, Sandro Meinerz afirmou que a ordem para a execução de crimes na cidade parte, na maioria das vezes, de pessoas que estão dentro do sistema prisional:


– A maioria dos criminosos que comandam essas execuções estão presos em Santa Maria. Nós monitoramos o comportamento desses indivíduos com o apoio da Polícia Penal, todavia o trabalho é mais complexo, pois precisamos juntar provas para deixar isso claro. Foi assim que no ano passado elucidamos 95% dos crimes que aconteceram na cidade. Precisamos prender quem manda e quem executa essas ações.


Outro ponto levantado foi sobre a possível disputa de território entre as facções na cidade.


– Se há essa disputa, significa que há alguém que consome esse produto (a droga). Fundamentalmente, só nós (órgãos de segurança) não vamos resolver esse problema sozinhos. Precisamos que a sociedade esteja consciente disso. Enquanto houver consumidores, isso continuará em evolução. Isso faz com que aumente os crimes, as armas e também as mortes.


Ao final, Sandro Meinerz afirmou que a Polícia Civil vai elucidar os crimes cometidos na cidade:


– Nós vamos elucidar esses fatos, estamos trabalhando para isso. A sensação de segurança não pode ser medida pelo número de homicídios. Quem está matando e morrendo estão envolvidos com o tráfico de drogas. A sociedade produtiva de Santa Maria não é a vítima desse tipo de violência. A pessoa que entra para esse mundo assume a responsabilidade pelo que pode ocorrer com ele e seus familiares.


Confira a coletiva na íntegra:



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