Suspeita de matar o próprio marido teria feito compras com cartão da vítima após esquartejá-la

A Polícia Civil investiga o caso de mulher suspeita de participar da morte do marido, encontrado esquartejado e carbonizado dentro de um freezer, em Palmares do Sul, no litoral norte do RS. Ana Alice da Rocha, 47 anos, foi presa no sábado (8), após a Justiça decretar a prisão temporária da mulher, na quinta-feira (6). Segundo a investigação, ela fez compras com o cartão da vítima depois do assassinato.

De acordo com a Polícia Civil, enquanto o corpo de Milton Prestes da Silva, de 55 anos, estava na casa, no domingo (2), Ana Alice teria feito compras em um supermercado utilizando o cartão do marido.

O filho da suspeita teria confessado o crime, após ter sido preso em flagrante, em Gramado, na terça-feira (4). O jovem de 23 anos, que não teve a identidade revelada, alegou que a mãe sofria violência doméstica.

Depoimento

De acordo com o delegado Antônio Carlos Ractz, a suspeita pediu uma pá emprestada para vizinhos, justificando posteriormente à polícia que iria plantar uma flor. Foi encontrado um buraco no pátio, que as autoridades acreditam que seria usado para enterrar o corpo. Ana Alice disse que cavou para encontrar terra preta, que seria usada no plantio.

Ao ser questionada pelos moradores sobre fumaça saindo de sua casa, teria respondido que estava queimando isopor.

Além disso, no último dia que Milton foi visto vivo, quinta-feira (27), ela teria tomado remédios fortes e ficou até domingo (2) com sonolência, sem tomar conhecimento do que acontecia em casa.

Depoimentos de familiares mostram que quando questionaram Ana Alice sobre o paradeiro de marido, na terça-feira (4), a mulher teria agido de forma estranha. A ocorrência da Brigada Militar diz que "Segundo relatos, ela demonstrou nervosismo e deixou o local a bordo de um veículo Gol branco, sem rumo definido. Posteriormente, os familiares adentraram a residência e encontraram o corpo, carbonizado, no interior de um freezer".

A Brigada Militar encontrou um carro abandonado, que seria o veículo que a suspeita teria utilizado. Nele, havia um serrote, restos de carvão e uma corda.

Nota da defesa

"A defesa de Ana Alice da Rocha reconhece a gravidade e a brutalidade do caso, que chocou a comunidade. No entanto, reforçamos que ela não possui qualquer participação no homicídio em apuração. Desde o início, Ana Alice tem colaborado com as autoridades, prestando esclarecimentos e se colocando à disposição para contribuir com a investigação. Nos próximos dias, novos documentos e elementos probatórios serão anexados ao inquérito, trazendo mais esclarecimentos sobre os fatos e reforçando sua posição. Confiamos que, ao longo da investigação, a verdade será devidamente esclarecida."

Wesley Altneter
Advogado