Perícia em e-mail com ameaças à UFSM aponta uso de nome de mulher de outro Estado; veja mais detalhes

Perícia em e-mail com ameaças à UFSM aponta uso de nome de mulher de outro Estado; veja mais detalhes

Foto: Reprodução

O e-mail continha imagem de uma arma e a frase "chacina na UFSM". O Diário borrou a foto e não divulgou o conteúdo do texto das ameaças para não incentivar esse tipo de ataque.

O e-mail enviado para vários setores da Universidade Federal de Santa Maria, no último domingo, contendo uma foto de uma arma e a frase "chacina na UFSM", passou por análise de um especialista na área de informática, que chegou à conclusão de que o autor teve um trabalho minucioso para tentar esconder sua autoria. De acordo com o relatório da perícia ao qual o Diário teve acesso com exclusividade, o autor do e-mail demonstrou bom conhecimento e teve todo um trabalho para não deixar quase nenhum rastro para que as autoridades consigam descobrir sua identidade. O analista até cita, no relatório, que o autor utilizou o nome de uma mulher que seria de Minas Gerais, com seu CPF, mas isso não prova de que essa pessoa enviou a ameaça.

 
"A verificação preliminar indica que o número de CPF é válido. (...) Evidentemente, tal correspondência não implica que (nome da pessoa) seja a autora das mensagens ofensivas, podendo tratar-se de uma associação forjada por outro ator."

"A análise conduzida limita-se à identificação de padrões técnicos e comportamentais, não havendo subsídios forenses capazes de apontar, de maneira confiável, o responsável pela criação e disseminação da mensagem."


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Além disso, para tentar impedir que a Polícia Federal localize o computador ou celular do qual foi enviado o e-mail com as ameaças, o autor usou um provedor de serviços de internet da Alemanha. Porém, o perito complementa: "A geolocalização exata do endereço IP não é confiável e não corresponde ao autor da mensagem. Alguns serviços de verificação básica indicam comuna de Lauterbourg, França; contudo, essa informação representa apenas uma aproximação geográfica e não reflete a localização real do proprietário do data center nem do remetente das mensagens ofensivas."

Outra tática usada foi usar um serviço de e-mail que também dificulta a identificação do autor: "O autor das mensagens optou por utilizar um provedor de e-mail que não armazena dados pessoais identificáveis (como nome completo, endereço físico ou outras informações sensíveis), o que dificulta o rastreamento e a atribuição precisa da atividade."

Para completar, a foto enviada no e-mail não era de uma arma do próprio autor do e-mail. Ele pegou uma foto na internet e a manipulou, escrevendo "chacina na UFSM". Teria tido o cuidado também de remover qualquer informação do arquivo da imagem que pudesse dar alguma pista do autor do e-mail.

   
"Há fortes indícios de que o autor removeu intencionalmente os metadados (EXIF) do arquivo. A imagem não contém informações identificáveis nem footprints que posam indicar o dispositivo, a ferramenta de edição ou o autor da modificação. (...) Observa-se a ausência total do bloco EXIF, o que é incomum em imagens produzidas por câmeras digitais, por exemplo."

Por fim, a perícia sobre o e-mail com as ameaças chega às seguintes conclusões:

"Com base nas evidências levantadas até o momento, conclui-se que o autor das mensagens ofensivas demonstrou um bom nível de consciência operacional em relação à ocultação de rastros digitais. Essa postura é evidenciada por:
- A remoção deliberada dos metadados (EXIF) da imagem adulterada.
- A utilização de servidor de e-mail mantido por indivíduo ou grupo privado, e não vinculado a provedores convencionais e de grande porte (como o Gmail). Isso limita severamente as possibilidades de obtenção de dados de registro ou logs, mesmo mediante ordens judiciais ou solicitações formais de cooperação internacional.
- A ausência de rastros digitais que possam ser relacionados de forma direta à autoria do conteúdo disseminado.
- Dessa forma, não há, até o presente momento, evidências técnicas suficientes para atribuição positiva da autoria. A análise conduzida limita-se à identificação de padrões técnicos e comportamentais, não havendo subsídios forenses capazes de apontar, de maneira confiável, o responsável pela criação e disseminação da mensagem."

imagem Deni Zolin

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Deni Zolin

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