Operação em São Gabriel investiga facção que lavava dinheiro com sorteios falsos de veículos

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou, nesta sexta-feira (29), a 'Operação Bom Negócio', que investiga uma facção criminosa envolvida na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e em falsos sorteios de veículos.

A ação contou com a participação de cerca de 100 agentes e ocorreu em São Gabriel, Cruz Alta, Ijuí e Lagoa Vermelha, com apoio da Brigada Militar e da Polícia Penal.

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Segundo o Ministério Público, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e sete medidas cautelares, incluindo a quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático, além do bloqueio de bens e ativos financeiros que somam mais de R$ 5,5 milhões. As buscas foram realizadas em residências, revendas de carros e no presídio de São Gabriel.

Investigações

A apuração teve início após informações repassadas pelo 2º Regimento de Polícia Montada da BM sobre movimentações suspeitas ligadas ao tráfico. Conforme o Gaeco, a organização criminosa possuía núcleos familiar e empresarial, utilizando empresas de fachada, contas em nome de laranjas e revendas de veículos, incluindo automóveis de luxo, para ocultar recursos ilícitos.

O grupo também promovia sorteios fraudulentos de veículos em plataformas digitais, com bilhetes pagos via Pix. Após os supostos sorteios, eram divulgados vídeos de “ganhadores”, mas os carros continuavam circulando entre revendas ligadas aos próprios investigados.

Sete pessoas são alvo da investigação, entre elas um traficante que cumpre 37 anos de condenação no sistema prisional, familiares e empresários do ramo de veículos no norte e noroeste do Estado.

Declarações

O promotor de Justiça João Afonso Beltrame destacou que, até o momento, 24 dos 44 veículos identificados foram alvo de apreensão judicial.

— A prática de diversos crimes ocorria para fortalecer a facção e manter o domínio no tráfico de drogas em São Gabriel — afirmou.

Já o promotor Rogério Meirelles Caldas ressaltou que o objetivo é desarticular e descapitalizar as organizações criminosas.

— Desarticular esses grupos é devolver a paz à comunidade e impedir que criminosos enganem a população e compitam de forma ilícita no comércio local —  ressaltou.