Foto: Divulgação
A polícia investiga o caso do bolo contaminado com arsênico, que matou três pessoas da mesma família em Torres, no litoral norte gaúcho, no final de dezembro. A nora da cozinheira que preparou o alimento foi presa no domingo (5). Ela está sendo acusada de triplo homicídio, duplamente qualificado.
Durante a manhã desta segunda-feira (6), em coletiva de imprensa, a diretora-geral do Instituto-Geral de Periciais (IGP), Marguet Inês Hoffmann Mittmam, disse que está descartado que algum dos ingredientes estivessem estragados. Informou, ainda, que o volume de arsênico no bolo era 2,7 mil vezes maior do que a concentração de uma eventual contaminação de forma acidental.
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Para o secretário de Segurança do Estado, Sandro Caron, o indicativo é de que a autora do crime seja a nora da mulher que fez o bolo. Ela está presa preventivamente desde de domingo (5). No entanto, o nome da nora não foi divulgado pelas autoridades, mas segundo GZH, seria Deise Moura dos Anjos. Buscas foram feitas na casa da suspeita, mas não foi divulgado ainda o que foi encontrado. As investigações são do delegado de Torres, Marcos Vinicius Muniz Veloso. A polícia já ouviu cerca de 15 pessoas no inquérito. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, deve ser ouvida pela polícia, quando estiver em melhores condições.
O que diz a defesa
Em nota divulgada nas redes sociais, os advogados Manuela Almeida, Vinícius Boniatti e Gabriela S. Souza afirmaram que a equipe ainda não teve acesso às investigações:
"Deise Moura dos Anjos, presa temporariamente por suposto envenenamento no caso do bolo, na cidade litorânea de Torres/RS, vem a público manifestar que possui defesa constituída, representada pelos advogados Manuela Almeida, Vinícius Boniatti e Gabriela S. Souza. Até o presente momento, 06 de Janeiro, às 07hrs, a defesa prestou atendimento em parlatório à cliente, contudo, não teve acesso integral a investigação em andamento, razão pela qual se manifestará em momento oportuno."
O que é arsênico?
Laudos preliminares indicaram a presença de arsênio no sangue das vítimas. Segundo a polícia, o sabor estranho do bolo foi notado pelas pessoas presentes, levando Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, a parar de comer o bolo.
O arsênio é um elemento químico altamente tóxico, amplamente conhecido por seu uso histórico como veneno. Ele está presente na natureza em minerais, solo e águas subterrâneas, e também pode ser encontrado em compostos artificiais usados na indústria.
➡️ Doses acima de 100 mg podem ser letais para um adulto.
➡️ Causa sintomas como náuseas, vômitos, dores abdominais, fraqueza, convulsões e, em casos graves, insuficiência de múltiplos órgãos e morte.
Relembre o caso
De acordo com a investigação da Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde em 23 de dezembro, quando começaram a passar mal após comer o bolo. Apenas uma delas não teria ingerido o alimento. Ainda segundo a polícia, o bolo foi preparado em Arroio do Sal e levado para Torres.
As três mulheres mortas foram identificadas como Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 35 anos. Outras três pessoas passaram mal após consumir o bolo: uma criança de 10 anos já recebeu alta, enquanto outros dois sobreviventes seguem hospitalizados.
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