
Foto: Arquivo Pessoal
Sheik, pitbull de 2 anos de 5 meses, foi morto a tiros na Rua Duque de Caxias, no Bairro Medianeira, no dia 16 de fevereiro. Seu corpo está desaparecido desde então
Depois de mais de um mês do caso do pitbull morto com quatro tiros Rua Duque de Caxias, no Bairro Medianeira, o corpo do animal ainda não foi localizado. Segundo a Polícia Civil, responsável pela investigação, testemunhas teriam afirmado que o cachorro, de nome Sheik, foi deixado no local após o ocorrido.
No entanto, a versão pouco convence a tutora do animal, a cozinheira Rudiane Drum Hettwer, 33 anos. Segundo ela, há relatos de pessoas que dizem ter visto o animal sendo colocado em um saco de lixo e levado em uma viatura da Brigada Militar, que atendeu a ocorrência.
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Rudiane registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento de Sheik ainda em fevereiro. Ela conta que não recebeu atualizações sobre o caso desde então.
— Eles (Polícia Civil) não entraram em contato com a gente, nada mesmo. Nossa maior indignação é essa, sem respostas, parece que para eles um cachorro nunca foi nada — diz.
O caso
O fato aconteceu na noite de 16 de fevereiro deste ano na Rua Duque de Caxias, no Bairro Medianeira. A Brigada Militar foi chamada pelo próprio autor dos disparos, um policial militar que estava de folga e mora perto do local do incidente. O PM disse que estaria tentando impedir um ataque de Sheik contra outro cachorro e crianças que estavam próximas ao local. Ao tentar intervir e não conseguir conter os animais, o policial efetuou quatro disparos, que atingiram o pitbull.
Segundo tutora, cachorro não era agressivo com pessoas, apenas com outros animais
Sheik, de 2 anos e 5 meses, não era agressivo e nunca havia atacado outras pessoas, assegura Rudiane. Segundo ela, o cachorro era muito próximo dos seus quatro filhos, e era reativo apenas em contato com outros animais.
No dia do fato, Sheik escapou da corrente e teve acesso à rua após pular o muro, por volta das 21h45min. O animal saiu da Rua Mário Salvador e foi até a Duque de Caxias, onde teria atacado outro cachorro.
— Tentei pegá-lo no portão e não consegui, porque eu estava com a minha "neném". Saí correndo atrás, chamei, e ele não veio. Fui fazer a volta na quadra e ouvi os disparos, mas como eu estava com a minha filha no colo, decidi voltar pra casa. Nisso, os vizinhos me falaram que ele tinha sido morto a tiros. Voltei lá perto da meia-noite e o pessoal disse que ele tinha sido levado e não achei mais nada, não achei o corpo do cachorro — relembra a cozinheira. Leia mais detalhes aqui.
O desaparecimento de Sheik chegou a ser levado à sessão da Câmara de Vereadores de Santa Maria de 20 de fevereiro pelo vereador Luiz Fernando Cuozzo Lemos (PDT). Em seu discurso, o parlamentar questionou o protocolo adotado no caso, e pediu respostas das autoridades.
O que diz a Brigada Militar
O Diário entrou em contato com a Brigada Militar para obter informações sobre a ocorrência e o paradeiro do corpo do pitbull. A instituição informou apenas que, "em razão da notícia divulgada pela imprensa acerca do atendimento de ocorrência onde um cão resultou morto por disparo de arma de fogo, foi instaurada uma sindicância para apurar o fato".