Exames detectaram resíduos de arsênio, um veneno, na urina do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos, que está presa suspeita da morte de três familiares que ingeriram um bolo envenenado em dezembro de 2024, em Torres, litoral gaúcho. Outras três pessoas foram intoxicadas pelo doce, mas conseguiram sobreviver.
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De acordo com a GZH, a tentativa de envenenar o marido e o filho teria ocorrido antes do episódio do bolo. O veneno encontrado no doce (e que motivou a prisão de Deise) é o arsênio ou sua fórmula comercial, chamada arsênico.
Em outubro passado, Diego teve intoxicação alimentar. Dois meses depois, passou mal após ingerir suco de manga, que também contaminou o filho do casal. Desconfiados de que possa ser envenenamento, policiais civis pediram exames.
Mostras de urina de pai e filho foram enviadas pelo IGP para um laboratório do Ministério da Agricultura, que confirmou resíduos de arsênio no material coletado nos dois familiares de Deise.
As suspeitas recaem sobre Deise porque ela tinha péssima relação com alguns dos familiares envenenados, sobretudo com a sogra, Zeli Teresinha dos Anjos – confeiteira que fez o bolo e sobreviveu.
A perícia do celular de Deise mostrou que ela realizou diversas pesquisas sobre "veneno para matar humanos" e arsênio, antes das mortes ocorrerem. Ela também encomendou pela internet e adquiriu arsênico em pó, que teria sido misturado ao bolo.
Deise é suspeita também de ter provocado uma quarta morte por envenenamento, a do sogro, Paulo (marido de Zeli), com o qual ela também não tinha boa relação. A exumação do corpo de Paulo mostrou que ele também foi envenenado com arsênico, após tomar café com leite em pó fornecido pela nora.
A partir dessas quatro mortes, a Polícia Civil desconfia que Deise possa ser uma serial killer. E solicitou ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) testes em material coletado do marido dela, Diego, além do filho, de 10 anos.
Agora, além de quatro homicídios, ela deve responder por outras seis tentativas de assassinato. O IGP deve, ainda, fazer testes em garrafas de água levadas por Deise para Zeli, quando a sogra estava hospitalizada após envenenamento. A ideia é verificar se os vasilhames também contêm resíduos de arsênio.
Deise segue presa no Presídio Estadual Feminino de Torres.
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