Foto: Jean Pimental (Arquivo Diário)
Uma idosa de 77 anos foi atacada por sete cães da raça rottweiler no sábado (20), em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os animais pertenciam à própria vítima, que sofreu mutilações graves, incluindo perda parcial do nariz, destruição de uma orelha, fraturas no rosto, ferimentos nos membros inferiores e arrancamento do couro cabeludo.
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Ela foi levada ao Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, onde passou por uma cirurgia de emergência que durou mais de três horas. O estado de saúde é considerado grave.
Alerta para ataques
O episódio reacende o alerta para a ocorrência de ataques envolvendo cães de grande porte no Estado. Em 2025, três casos chamaram a atenção em Santa Maria e região.
Na noite de 16 de fevereiro, um pitbull foi baleado por um policial militar de folga na Rua Duque de Caxias, Bairro Medianeira, em Santa Maria, e não resistiu aos ferimentos. Segundo a ocorrência, o agente relatou ter atirado para impedir que o animal atacasse outro cão de menor porte e colocasse crianças em risco. O caso segue em investigação pela Polícia Civil.
No primeiro dia de março, o chapista Adriano Portinho, 44 anos, foi atacado por ao menos três pitbulls enquanto voltava para casa no Bairro Pascotin, em São Gabriel. Ele sofreu ferimentos graves em uma das pernas e precisou de atendimento médico. A Brigada Militar foi acionada e chegou a abater um dos cães a tiros, enquanto os demais fugiram. O caso está sob investigação da Polícia Civil.
Já em agosto, uma mulher foi atacada pelos próprios cães da raça pitbull, em Santa Maria, por volta das 4h30min. Ela sofreu ferimentos no rosto, braços e costas e foi encaminhada ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde permaneceu internada em estado grave na UTI. Equipes da Brigada Militar e do Samu só conseguiram prestar atendimento após a contenção dos animais.
O que diz a lei
Diante da recorrência de situações desse tipo, especialistas lembram que a legislação impõe regras rígidas para a condução de cães considerados de comportamento agressivo, como pitbulls, rottweilers, fila e dobermanns. No Rio Grande do Sul, a Lei Estadual 15.363, de 2019, determina que os tutores utilizem guia curta de até 1,5 metro e focinheira em locais públicos, além de manter registro e vacinação em dia. Em municípios como Rio Grande, por exemplo, normas locais ainda ampliam a regulamentação, exigindo microchip e castração a partir dos seis meses de idade.
Prevenção
Além do cumprimento da lei, há orientações de prevenção para a população. Entre as principais recomendações estão evitar aproximação de cães desconhecidos, não estimular movimentos bruscos que possam gerar reação agressiva e, em caso de ataque, tentar proteger partes vitais do corpo e buscar ajuda imediata. Após a ocorrência, é essencial procurar atendimento médico e registrar boletim de ocorrência para responsabilização dos tutores.