Além da aranha-marrom, conheça outras espécies perigosas e saiba como identificar a picada

Em caso de picada de aracnídeos como a aranha-marrom, procurar atendimento médico o mais rápido possível é fundamental para evitar complicações. Mas, além dela, existem outras duas espécies de importância médica que representam risco à saúde humana: a aranha armadeira e a viúva-negra.

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Diferente da picada da aranha-marrom, que pode necrosar a pele, o veneno dessas espécies é formado por toxinas que atacam o sistema nervoso. Além da dor, pode causar sintomas como queda de pressão, suor generalizado, alterações na pressão, arritmia e até edema pulmonar, o que pode levar à morte. Ao Diário, o professor do departamento de Ecologia e Evolução da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Tiago Gomes, explica onde elas podem ser encontradas e como identificar os sintomas em caso de ataque.

Aranha armadeira 

Foto: Gov (Divulgação)

A aranha armadeira (Phoneutria) é um animal noturno e agressivo. Dos ​3.727 acidentes relacionados a picadas de aranha no Rio Grande do Sul em 2023, ela fica em segundo lugar, totalizando 120 casos (30,0%), perdendo apenas para a aranha-marrom, com 1.250 (33,5%).

Como o nome diz, essa espécie possui a característica de se "armar" quando se sente ameaçada. Segundo o especialista, ela se apoia nas patas posteriores para ficar maior e assustar ou atacar possíveis predadores. Com coloração que varia entre marrom acinzentado e marrom escuro, pode atingir de três a quatro centímetros de corpo e até 15 cm de envergadura de pernas.

Em caso de picada, a dor é bastante intensa e costuma aparecer logo depois do ataque. Inchaço e vermelhidão também são comuns. Seu veneno é neurotóxico e interfere nas funções do sistema nervoso, podendo causar queda de pressão, náuseas, e alterações na pressão e arritmia cardíaca. Em casos mais graves, o envenenamento pode evoluir para um edema pulmonar. 

No entanto, Gomes explica que a maioria dos casos não evolui para estágios graves:

— Os acidentes com armadeira são até comuns porque ela tem um comportamento bem diferente da aranha-marrom. Ela é bem mais agressiva, é um bicho maior, que sai para caçar. Então, os ataques geralmente acontecem nas mãos das pessoas. Mas 95% dos casos de acidente com aranha armadeira é do tipo leve, uma dor local que se irradia na região da picada — explica.

Sintomas

  • dor intensa e irradiante após a picada;
  • suor excessivo;
  • queda de pressão;
  • arritmia cardíaca;
  • membros dormentes;
  • dor abdominal;
  • náuseas;

Viúva-negra

Foto: Divulgação

Já a viúva-negra (Latrodctus) é uma aranha de pequeno porte, com cerca de 1,5 cm a três centímetros de comprimento. Possui pernas finas, corpo em formato de globo e uma marca em formato de ampulheta no abdômen. É uma espécie agressiva que também possui veneno de ação neurotóxica, que pode provocar dor no local, tremores, náuseas, dor muscular e febre.

Ela recebe esse nome porque, logo após a cópula, a fêmea geralmente mata e come o macho, por isso é associada com o estado de viúva. No entanto, segundo o especialista, não é comum de encontrar essa espécie no território gaúcho:

— Ela é comum em região campestre, em campos rochosos, e gosta de se esconder debaixo de pedras. Quando mexemos em pedregulhos, ela tende a se soltar da rocha e cair no chão. Então, só mexendo muito para encontrar uma viúva-negra — explica.

O veneno da aranha viúva-negra contém uma mistura de toxinas extremamente prejudiciais para o ser humano. Segundo o especialista, em alguns casos, a ação destes componentes podem ocasionar quadros chamados de potencialmente letais. São situações que têm o potencial de causar a morte, mas nem sempre resultam em óbito, dependendo de diversos fatores como a gravidade, a rapidez do tratamento e a resistência do indivíduo.

Apesar disso, o pesquisador tranquiliza e afirma que os casos de envenenamento por viúva-negra são raros.

Sintomas

  • dor intensa e irradiante após a picada;
  • suor excessivo;
  • queda de pressão;
  • arritmia cardíaca;
  • membros dormentes;
  • dor abdominal;
  • náuseas;

Tratamento

Em casos de picada destas espécies, o recomendado é procurar atendimento médico quanto antes. Em alguns casos, é necessário o uso do antiveneno, também chamado de soro antiloxoscélico, que tem doses distribuídas de forma estratégica pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), nos locais de maior risco. Associado ao soro, o tratamento também conta com a administração de corticoides e analgésicos para dor.

Lavar o local com água e sabão pode ajudar a prevenir infecção secundária (quando bactérias oportunistas colonizam a lesão), aconselha Gomes. É recomendado também o uso de compressa de água morna, para redução da dor, se houver.

Espécies de importância médica

O termo “importância médica” indica que os venenos dessas espécies de aranha são perigosos para saúde, mas, ao mesmo tempo, são matéria-prima na produção do soro antiveneno usado no tratamento.

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