Região registrou quatro feminicídios no ano passado, mesmo número de 2023

Região registrou quatro feminicídios no ano passado, mesmo número de 2023

Foto: Gilberto Ferreira (BD)

Mariane de Souza Ravazi, 40 anos, foi morta a facadas dentro de restaurante na Rua Silva Jardim em outubro

A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira (21) o número de feminicídios ao longo de 2024 no Rio Grande do Sul. Foram contabilizados 72 casos em 50 cidades gaúchas, representando redução de 15% em comparação a 2023, que teve 85. Na região, quatro mulheres foram mortas, o mesmo número do ano anterior.

 
Apesar da redução, o feminicídio preocupa as autoridades. Das 72 mulheres mortas, 12,5% possuíam medidas protetivas vigentes no momento do crime.


Em Santa Maria, a morte de Mariane de Souza Ravazi, 40 anos, marcou o fim de um intervalo de dois anos e seis meses sem registros de feminicídio na cidade. No dia 9 de outubro, Mariane foi esfaqueada dentro de um restaurante na Rua Silva Jardim, no Bairro Rosário.


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O suspeito, Luiz Roney Freitas da Costa, 54 anos, ex-companheiro da vítima, foi preso em flagrante. Apenas nove dias antes, a vítima havia solicitado uma medida protetiva contra Costa, após registrar um boletim de ocorrência por ameaça de morte e injúria. O casal estava separado há um mês.

 
O último feminicídio registrado na cidade havia ocorrido em 10 de abril de 2022, quando Luanne Garcez da Silva, 27 anos, foi morta por asfixia pelo noivo Anderson Ritzel, de 26 na época, motivado por ciúmes.

 
Na região, além de Santa Maria, as mortes de mulheres em 2024 aconteceram em Agudo, Restinga Sêca e São Pedro do Sul:

• Agudo: 1 - Maysa Ruy Andrade, 20 anos, encontrada morta em 21 de abril
• Restinga Sêca: 1 - Marisa de Fátima Machado, 48 anos, morta em 11 de março
• São Pedro do Sul: 1 - Angélica Dias Moraes, 30 anos, assassinada em 21 de setembro

• Santa Maria: 1 - Mariane de Souza Ravazi, 40 anos, morta em 9 de outubro


Estatísticas

Em 2024, a Secretaria de Segurança Pública anunciou que, pela primeira vez na história, o Estado não havia registrado feminicídios no mês de abril. Contudo, a morte de Maysa Ruy Andrade, 20 anos, em 21 de abril, no interior de Agudo, permaneceu classificada como homicídio enquanto o inquérito policial seguia em andamento.

 
Mais tarde, o caso foi classificado como feminicídio. O acusado de cometer crime era companheiro da vítima, um homem de 41 anos, preso meses depois em Tramandaí. Assim, a informação divulgada pelo Estado não se concretizou.


Perfil dos feminicídios no Estado
• 72% dos crimes ocorreram na residência das vítimas
• 84,7% dos agressores eram companheiros ou ex-companheiros
• 36,1% dos crimes foram cometidos com arma branca, enquanto 33,3% envolveram armas de fogo
• 48 vítimas eram mães, sendo que 24 tinham filhos com o próprio autor do crime
• Entre os agressores, 82% possuíam antecedentes policiais, e 52,7% tinham histórico de violência doméstica
• 72% dos suspeitos foram presos, enquanto **22% cometeram suicídio após o crime


O perfil das vítimas

• 20,8% tinham entre 18 e 24 anos
• 80,6% eram brancas, 12,5% pardas e 6,9% negras
• A mais nova tinha apenas 6 anos, e a mais velha, 70 anos
• 72,2% das vítimas eram solteiras, 16,7% casadas e 4,2% divorciadas


Crescem as ocorrências na Delegacia da Mulher de Santa Maria 
A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Santa Maria instaurou 2.788 procedimentos investigativos em 2024, um aumento de 6,7% em relação a 2023, quando foram registrados 2.612. Comparando com os anos anteriores, houve crescimento de 18,9% em relação a 2022 (2.345) e de 32,2% em comparação com 2021 (2.108).


No entanto, os números de 2024 continuam 8,5% abaixo de 2020 (2.625) e 4,3% inferiores ao pico de 2.909 procedimentos registrados em 2019.
Ao longo de 2024, a Delegacia registrou 1.055 ocorrências. Os meses com maior número de registros foram abril (111 ocorrências), seguido de fevereiro (108) e janeiro (107). Em contrapartida, maio teve o menor número, com apenas 48 ocorrências, o que representa menos da metade do total de abril.


Medidas
Em relação às medidas protetivas de urgência, foram solicitadas 1.779 em 2024, um aumento de 5,9% em comparação com 2023 (1.680). O número cresceu 23,4% desde 2021, quando houve 1.351 solicitações, mas permanece 4,3% abaixo de 2019, que registrou o maior número, com 1.860 medidas protetivas solicitadas.


A Deam cumpriu 74 mandados de busca e apreensão em 2024. Já as prisões em flagrante aumentaram significativamente, chegando a 304 em 2024, uma alta de 29,9% em relação a 2023 (234). Desde 2021, quando foram registradas 122 prisões, o crescimento acumulado foi de 149,2%.


Em 2024, houve um feminicídio consumado e sete tentativas registradas pela Delegacia da Mulher. Em 2023, nenhum feminicídio foi consumado, mas houve duas tentativas. Em 2022, foi registrado um crime consumado e nove tentativas. Isso demonstra uma redução de 22,2% nas tentativas desde 2022.


Estupros
Os casos de estupro totalizaram 39, uma queda de 11,4% em relação a 2023, com 44. Em comparação com 2022, houve um aumento de 30%, já que foram contabilizados 30 casos naquele ano.

 
O estupro de vulnerável manteve-se estável entre 2023 e 2024, com cinco registros em cada ano, mas apresentou queda de 37,5% em relação a 2022, que registrou oito ocorrências.


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