A paralisação dos professores da rede municipal de Santa Maria, realizada nesta quarta-feira (6), alterou a rotina de algumas escolas da cidade. Convocado pelo Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm), o ato marca o início de um cronograma de mobilizações semanais e progressivas em defesa do reajuste salarial, melhores condições de trabalho e contra mudanças na Previdência. Nesta manhã, a categoria realiza manifestação com caminhada até a prefeitura.
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Enquanto algumas instituições, como a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a Escola Municipal de Ensino Fundamental Martinho Lutero, tiveram 100% de adesão à paralisação e suspenderam as aulas, outras, como as nas escolas São Carlos e Dom Antônio Reis, contaram com adesão parcial dos professores, o que levou à reorganização de horários e turmas para manter parte das atividades.
Adesão varia entre escolas e altera funcionamento das aulas
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental São Carlos, no Bairro Urlândia, a adesão foi parcial. Segundo a coordenadora pedagógica geral, Lorines Idalgo Balconi, alguns professores aderiram à paralisação e outros mantiveram as atividades. Para reorganizar o atendimento, a equipe fez ajustes no quadro de aulas e definiu quais turmas teriam atividades em cada turno. A instituição possui cerca de 400 alunos.
Segundo ela, no turno da manhã, a escola atende duas turmas de sétimo ano e uma de nono ano. Atualmente, nesse período, estão em aula os quintos, sextos e oitavos anos. Já no turno da tarde, há aulas para uma turma de segundo ano, duas de terceiro e uma de quarto ano. As turmas do pré, dos primeiros anos, um segundo ano e um quarto ano ficarão sem aula nesta tarde.
— Nós remanejamos os professores (que não aderiram à paralisação) dentro do atendimento de cada turma e organizamos, então, para que tivéssemos algumas turmas em turno integral sendo atendidas na escola — explica Lorines.
No Bairro Nossa Senhora Medianeira, Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Antônio Reis também paralisou de forma parcial. A vice-diretora Loiva Marques explicou que os professores dos anos iniciais optaram por trabalhar, enquanto os dos anos finais participaram dos atos convocados pelo sindicato.
— Agora de manhã aula normal, período normal, horário, tudo como sempre. Todos os alunos estão hoje aqui na sala de aula. E de tarde, somente as turmas dos anos dos pequenos, dos anos iniciais terão aula e os anos finais não terão aula — diz Loiva.
Ato e audiência pública marcam mobilização desta quarta-feira
Nesta quarta, além da paralisação nas escolas, os professores da rede municipal de Santa Maria realizam um ato público em protesto. A concentração está marcada para as 9h na Praça Saldanha Marinho, de onde os manifestantes seguirão em caminhada até a frente da Prefeitura, local onde ocorrerão falas e manifestações. À tarde, a categoria participa de uma audiência pública sobre educação na Câmara de Vereadores, com concentração prevista para às 17h. A mobilização tem como objetivo pressionar o governo municipal por avanços nas negociações sobre reajuste salarial, melhores condições de traalho e outras demandas da categoria.
À Rádio CDN 93.5FM, Juliana Moreira, coordenadora de Organização e Patrimônio do Sinprosm, falou de um encontro entre representantes do sindicato e o prefeito Rodrigo Decimo (PSDB), mas, de acordo com ela, o diálogo não resultou em avanços.
— Levamos as pautas da categoria para o debate. Não houve avanço. Inclusive, logo a seguir dessa reunião, a prefeitura publicou o decreto que ampliou por mais 90 dias a questão da contenção de despesa. Esse decreto, provavelmente, já estava até assinado na hora da reunião, mas ele não foi, em nenhum momento, mencionado para os professores. [...] A prefeitura mantém essa ideia de diálogo e de transparência com a qual tratam nossas questões, mas que, na verdade, não é verdadeira — diz.
Atualmente, a rede municipal de Santa Maria conta com cerca de 2 mil professores e 1,4 mil servidores.
Por parte da prefeitura, a Procuradoria-Geral do município deverá ser encarregada de falar sobre as reivindicações da categoria. Na semana passada, o governo Rodrigo Decimo (PSDB) baixou novo decreto barrando reajuste salarial do funcionalismo devido à crise financeira do Executivo, provocada, principalmente, pelo déficit da Previdência. Em março, a prefeitura já havia adotado medidas com bloqueio de Orçamento e corte de despesas.