A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou ré por duplo feminicídio a mãe das gêmeas mortas em Igrejinha. O fato ocorreu em outubro do ano passado.
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A denúncia destaca que Gisele Beatriz Dias, 42 anos, matou as filhas Manoela e Antônia, na época com 6 anos, de forma idêntica, em um curto espaço de tempo. Ambas foram encontradas sem vida na cama, com sangramento e hemorragia.
O promotor Evandro Lobato Kaltbach ressalta que as mortes ocorreram em situação de violência doméstica e familiar, por ascendente contra descendente, menor de 14 anos, por razões da condição de sexo feminino, motivo torpe, mediante meio cruel (asfixia) e dissimulação ou outro recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima.
Uma das gêmeas foi morta na manhã de 7 de outubro de 2024. O auto de necropsia apontou “hemorragia pulmonar penetrando nos espaços aéreos com insuficiência respiratória, com um afogamento atípico por sangue, indicando como causa da morte “insuficiência respiratória” e hemorragia pulmonar”, causada por meio cruel (asfixia).
A outra menina foi morta em 15 de outubro. A ficha de atendimento ambulatorial refere “pupilas fixas, sangramento efusivo pela traqueia por suspeita de intoxicação por veneno de rato, causada por meio cruel (asfixia)”.
Segundo o promotor Evandro Lobato Kaltbach, “nas duas ocasiões, a denunciada, por possuir ciúmes excessivos do companheiro, ministrou substância tóxica, veneno ou medicamento, ainda não esclarecido nos autos, para as vítimas, causando as mortes”.
Depressão
Gisele teria ficado em depressão com a perda do filho Michel Percival Pereira Júnior, de 22 anos, que foi assassinado em 7 de novembro de 2022 em um apartamento na Avenida Rio Branco, em Santa Maria, onde a família morava na época. O irmão mais velho das gêmeas Manoela e Antônia foi morto a tiros devido a uma rixa envolvendo o tráfico de drogas.
Após o crime, a família se mudou para Igrejinha. Uma terceira filha de Gisele, hoje com 19 anos, continuou morando em Santa Maria.
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