
Foto: Vitória Parise (Diário)
Gilson Brezolin, 70 anos, é tio da menina e mora no mesmo terreno, na casa da frente. " Não esperava isso do meu irmão", diz
A morte da menina Isabelly Carvalho Brezzolin, 11 anos, chocou a cidade de São Gabriel nesta quinta-feira (8). Ela estava com duas costelas fraturadas, pulmão perfurado, hematomas pelo corpo, além de lesões e sangramento nos órgãos genitais quando chegou no Hospital Santa Casa, na manhã de quarta-feira (7). Por causa da gravidade do seu estado, foi transferida para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), mas não resistiu. Os pais da menina são suspeitos pelo crime e estão presos. A Polícia Civil investiga o caso.
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O Diário está no município e acompanha os desdobramentos da investigação. Nesta tarde, a reportagem conversou com Gilson Brezolin, 70 anos, tio da menina. Ele mora com a mãe, uma idosa de 91 anos, acamada, na residência da frente, na Vila Mariana. O casal morava junto com a vítima no mesmo terreno, porém, no imóvel dos fundos. O tio conta que já prestou depoimento e revela como era a relação dos pais com a menina:
– É uma coisa que não tem fundamento. Já prestei depoimento. Ele era uma pessoa mais calma, já ela (a mãe de Isabelly) era mais agitada. Quando a menina derrubava algo no chão, ela ficava irritada. Já presenciei uma situação em que a mãe (Elisa de Oliveira Carvalho, 36 anos) bateu na menina com um chinelo, depois que ela derrubou uma xícara no chão, faz tempo – conta.
Brezzolin diz que Isabelly estaria "de cama, meio ruinzinha", desde o último domingo (4). Na segunda (5) e na terça (6), a menina não foi à escola, embora esta fosse semana de provas.
Sobre a suspeita contra o pai de Isabelly, José Lindomar Nunes Brezzolin, 55 anos, o irmão se revela surpreso.
– Não esperava isso do meu irmão. Aparentemente, se dava bem com a menina – conta.
Posição do Conselho Tutelar
Antes de ir ao Hospital Santa Casa na quarta, o Conselho Tutelar de São Gabriel diz nunca ter recebido uma denúncia ou chamado envolvendo a menina Isabelly. Uma equipe de três conselheiras acompanhou o caso e indicou que não há histórico de maus-tratos, tanto pelo Conselho quanto pela escola.
Uma das conselheiras, Roseléia Lima Langendorf, narrou como foi as primeiras horas no contato com a família. Sobre as denúncias, Roseléia afirmou que não havia nada no histórico do Conselho. E o próximo passo protocolar foi falar com a escola da menina. Ainda sobre o núcleo familiar, a conselheira comenta que Isabelly seria filha única, e que a mãe sempre a levava e buscava na escola.
Relembre o caso
A família da menina Isabelly Carvalho Brezzolin, 11 anos, morava no Bairro Vila Mariana, em São Gabriel. Ela foi levada ao Hospital Santa Casa na quarta-feira e chegou a ser transferida ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), mas, na quinta (8), não resistiu. A vítima teve duas costelas fraturadas, pulmão perfurado, hematomas pelo corpo, além de lesões e sangramento nos órgãos genitais.
A mãe e o pai foram presos na noite de quarta suspeitos de maus-tratos e estupro contra a própria filha. Eles estão no Presídio Estadual de São Gabriel. A Polícia Civil investiga o caso.
Despedida
O corpo da menina passa por perícia no Posto Médico Legal (PML) de Santa Maria. O velório está previsto para iniciar ainda na noite desta quinta-feira, na Capela 2 da Santa Casa de São Gabriel. O sepultamento está previsto para o fim da manhã de sexta-feira (9).
Defesa
A advogada Rebeca Canabarro, contratada para defender o casal, afirmou que iria chegar em São Gabriel nesta sexta pela manhã e que deve falar ao Diário à tarde, após apurar os detalhes do caso.