O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) fez sua manifestação final, na última terça-feira (27), no processo sobre o caso da enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, 40 anos, que foi encontrada morta em um rio em Alegrete, na fronteira oeste do Estado.
A instituição também apresentou um pedido de condenação dos quatro réus por crime de extorsão que resultou na morte da vítima e por ocultação de cadáver. O processo agora segue para a manifestação final das defesas dos investigados e a sentença é aguardada para o mês de outubro.
A promotora de Justiça Rochelle Jelinek, responsável pelo caso, destaca que foram meses de investigação, por meio de apreensões de celulares, quebra de sigilo telefônico, telemático (de mensagens) e bancário de todos os envolvidos. Um dos objetivos foi verificar eventuais saques ou transferências, bem como, acessos às contas. Houve ainda delação premiada, apreensão de documentos, busca e apreensão no local do cativeiro e oitiva de testemunhas.
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Em novembro do ano passado, o Ministério Público apresentou denúncia contra os quatro envolvidos. Entre os apontados na investigação, está o primo da vítima, Emerson Leonardi, considerado o mandante e autor intelectual do crime. Emerson inclusive compareceu ao sepultamento de Priscila e ajudou a carregar o caixão.
De acordo com a promotora, o crime não será julgado pelo júri, pois ficou entendido que o objetivo dos réus era extorsão da vítima para obter dinheiro. A pena para estes casos é de 24 a 30 anos de prisão, sendo maior que a pena de homicídio doloso qualificado, que é de 12 a 30 anos de reclusão. Segundo a promotora, a lei considera ainda mais repugnante o crime de extorsão seguido de morte e por isso a pena é mais alta.
Ao todo, cinco pessoas estão envolvidas no assassinato de Priscila. Em junho deste ano, após pedido do Ministério Público, uma das testemunhas do processo revelou qual dos envolvidos teria executado o crime. Essa testemunha relatou que o acusado, seria o responsável pela vigília da enfermeira no cativeiro, tentou estuprá-la e acabou matando-a. Com isso, a justiça de Alegrete acatou o pedido e foi preso, passando a ser o quinto réu envolvido no caso e responde em um processo separado.
Crime
Conforme a denúncia, Priscila Ferreira Leonardi foi sequestrada no dia 19 de junho e mantida em cativeiro, onde foi morta depois de ser espancada e estrangulada. O corpo foi encontrado na tarde de 6 de julho no Rio Ibirapuitã, em Alegrete.
Priscila Ferreira Leonardi, 40 anos, que morou e se formou em Santa Maria, estava desaparecida desde 19 de junho, quando veio de Dublin, na Irlanda, para passar férias no Brasil e aproveitou para tratar de questões relacionadas a uma herança deixada pelo pai, falecido em 2020. Ela cobrava dívidas do primo judicialmente e ele era suspeito de ter subtraído valores do pai da enfermeira.
A reportagem tentou contato com as defesas dos réus, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.