Foto: Divulgação
O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, desmontou na madrugada deste sábado (26) o acampamento que havia iniciado poucas horas antes na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A retirada ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Na tarde de sexta-feira (25), Lopes havia levado uma barraca para o local e anunciado que permaneceria em greve de silêncio como forma de protesto contra decisões recentes do STF.
O gesto ocorreu em meio ao avanço do processo que julga Bolsonaro e ex-assessores por tentativa de golpe de Estado. Uma semana antes, Moraes determinou que o ex-presidente usasse tornozeleira eletrônica como medida preventiva para impedir fuga do país durante a tramitação da ação.
A mobilização de Hélio Lopes acabou atraindo outros apoiadores, como o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), e resultou na formação de um pequeno grupo no local. A movimentação chamou a atenção das autoridades, e o entorno da praça foi isolado com grades. O policiamento também foi reforçado com equipes da Força Nacional, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e do DF Legal.
Na passagem da noite de sexta para a madrugada de sábado, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi pessoalmente ao local para entregar a ordem de desocupação. Segundo afirmou, ele havia sido intimado por Moraes a garantir o cumprimento da medida, que integra o inquérito das fake news em tramitação no STF.
O mesmo inquérito já havia levado, em 2023, ao afastamento de Ibaneis do cargo por 90 dias, após Moraes entender que o governador se omitiu diante dos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro daquele ano.
Neste sábado, ao lado do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, Ibaneis conversou com os deputados e advogados presentes. Após a leitura da ordem judicial, o grupo decidiu encerrar o protesto de forma pacífica.
Em vídeo gravado no local, o deputado Coronel Chrisóstomo comentou a desocupação:
— Recebemos uma intimação, que veio o governador do DF pessoalmente notificar, com ordem do ministro — já sabem qual — para que pudéssemos desocupar. Estamos aqui com o Hélio Negão também. Vamos tratar com o nosso desembargador e advogado. Nós somos obedientes, mas vamos seguir orientação jurídica.