
Foto: Divulgação
A Justiça aceitou a denúncia contra um homem de 34 anos, acusado de estuprar uma criança no município de Cacequi. Conforme informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) na quarta-feira (16), outras duas pessoas também se tornaram rés por omissão nesse caso.
A situação de vulnerabilidade de crianças tem levado moradores a realizarem protestos pedindo por justiça. O motivo é a onda de abusos sexuais envolvendo crianças e adolescentes na cidade de 13,5 mil habitantes, próxima a Rosário do Sul. Nos últimos dois meses, dois homens foram presos por cometer abusos sexuais contra crianças.
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Além de aceitar a denúncia, o juiz Daniel Nikosheli Nepomuceno, titular da Vara Judicial de Cacequi, também decretou a prisão preventiva do suspeito. O réu, que teria concorrido a vereador na última eleição, está preso desde a manhã de segunda-feira (14), no Presídio Estadual de Cacequi.
O crime
Conforme publicado pelo TJ, o homem teria cometido os abusos desde 2021 em pelo menos sete situações. O ex-candidato, que não se elegeu ao Legislativo local, seria companheiro da avó da vítima e se aproveitaria dos momentos em que ficava sozinho com o menino para praticar os abusos.
Além disso, o suspeito seria proprietário da casa onde os pais do menino moravam e usava isso como ameaça. Se a criança não se submetesse a tais atos, ele expulsaria seus familiares da residência.
O inquérito policial do caso tramita desde 10 de fevereiro. Ainda conforme o Tribunal de Justiça, o processo tramita sob segredo de justiça. Por isso, a identidade dos envolvidos não será divulgada. Em relação à vítima, foram tomadas medidas cabíveis para realizar o seu acolhimento e preservar a sua segurança.
Outros casos em 2025
Até o dia 17 de abril, a Polícia Civil tem o registro formal de três casos de abusos sexuais na cidade. Além do caso envolvendo o ex-candidato a vereador, um vendedor de 56 anos foi preso suspeito de abusar sexualmente de uma menina de 11 anos. Na ocasião, segundo o blog de Rafael Nemitz, o suspeito teria atraído a criança para dentro do seu carro, onde praticou o crime. A vítima conseguiu fugir e pedir ajuda. A reportagem procurou o TJ sobre o caso, que informou que o homem está preso desde o dia 21 de fevereiro no Presídio Estadual de Cacequi e a denúncia foi aceita no dia 6 de março pela Comarca do município.
Segundo o delegado Laurence Teixeira, diretor da 12ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, sediada em Santana do Livramento e responsável pela DP de Cacequi, no início de 2025, uma mulher foi vítima de estupro no município. O delegado informa, ainda, que há uma investigação, ainda em fase inicial, sobre supostos abusos sexuais cometidos dentro de uma escola da rede estadual de ensino:
– Recebemos uma requisição do Ministério Público para apurar esse fato, e o inquérito policial foi instaurado.
Já no ano passado, a Polícia Civil registrou seis casos de abuso sexual em Cacequi, sendo quatro de estupro de vulnerável (com menores de 14 anos) e dois de estupro em mulheres já maiores de idade.
– Procedemos nos casos dando a importância e com o olhar atento que esses fatos merecem. São crimes graves e merecem toda a atenção por parte da polícia – diz o delegado.
Protestos pedem fim à onda de pedofilia na cidade
Sentimento de impunidade e busca por justiça. Esses foram alguns dos combustíveis que motivaram um grupo de amigos organizar protestos, junto aos demais moradores de Cacequi, contra a onda de pedofilia na cidade.

No último sábado (12), um protesto contra o caso envolvendo o ex-candidato a vereador tomou conta das ruas da cidade e foi amplamente divulgado, inclusive com transmissão ao vivo pelas redes sociais. O objetivo era um só: que o acusado fosse preso, fato que ocorreu dois dias depois, por ordem da Justiça.
No dia 21 de fevereiro, o primeiro protesto organizado pelo grupo reuniu cerca de 50 pessoas, vestindo roupas pretas e cartazes com mensagens de repúdio ao fato, que andaram pelas ruas pedindo mais atenção por parte das autoridades. No mesmo dia, o comerciante suspeito de estupro foi preso preventivamente pela Polícia Civil. Esse caso também corre em segredo de justiça.
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