
Foto: Corpo de Bombeiros de MG (Divulgação)
Colisão entre caminhão e ônibus de passageiros aconteceu em 21 de dezembro na BR-116
O caminhoneiro Arilton Bastos Alves, 41 anos, que conduzia a carreta envolvida no acidente que deixou 39 mortos na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), em 21 de dezembro, foi preso nesta terça-feira (21), no Espírito Santo. Ele teve a preventiva determinada após o resultado do exame toxicológico apontar que dirigia sob efeito de drogas e que a carga era transportada de maneira irregular.
Os testes revelaram a presença de cocaína, ecstasy e MDA (droga sintética) no organismo de Alves durante o acidente. Ele também tinha vestígios de consumo de medicamentos antidepressivos, como alprazolam e venlafaxina.
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A prisão foi decretada na segunda-feira (20) pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni, após o resultado dos exames e das perícias ter revelado que o caminhão também transportava um bloco de granito acima do peso autorizado e trafegava acima da velocidade permitida no trecho. A pedra se desprendeu e colidiu com um ônibus, que trafegava em sentido contrário, causando a morte das 39 pessoas, entre adultos e crianças, e deixando outros passageiros feridos. O motorista da carreta fugiu do local após o acidente e se apresentou à polícia dois dias depois.
O magistrado considerou que o motorista assumiu diversos riscos, caracterizando o chamado dolo eventual. Arilton Alves admitiu não ter o costume de verificar a amarração do material que transportava e dos limites de peso a obedecer, na avaliação do juiz, evidenciando “a absoluta irresponsabilidade e inaptidão para exercício de seu ofício”.
Danilo Ferraz entendeu que não se tratava de “simples descuido ou inobservância de um dever de cuidado objetivo, mas em deliberada assunção de risco, mormente quando embalado pelo uso de drogas diversas”.